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    porto velho, segunda-feira 16 de setembro de 2024

Bancários retardam abertura de agências e apontam possibilidade de greve geral

Sem um comunicado eficiente, clientes que chegaram cedo às agências tiveram que ficar esperando pela abertura retardada


RONDONOTÍCIAS

Publicada em: 10/08/2018 09:36:55 - Atualizado

PORTO VELHO: As agências bancárias abriram duas horas mais tarde nesta sexta-feira (10), em todo Estado de Rondônia por conta de uma manifestação do Sindicado dos Bancários contra uma proposta de reajuste salarial recebido da Federação Nacional dos Bancos, considerada como desrespeitosa pela categoria. De acordo com o Sindicato dos Bancários, essa é uma forma de levar à sociedade a preocupação com tanto descaso e desrespeito com os trabalhadores e seus direitos.

A manifestação dos bancários desta sexta-feira foi apenas uma demonstração de descontentamento, porém se as reivindicações da categoria não forem acatadas, a o Sindicato não descarta a realização de uma grande greve nacional dos bancários, que pode acontecer no próximo mês de setembro.

Em reunião realizada na quarta-feira, (09), os bancários de Rondônia foram unânimes em rejeitar a proposta da Fenaban apresentada ontem, terça-feira, 7 de agosto, em São Paulo, de apenas reposição da inflação - por quatro anos - para os salários, PLR e todas as demais verbas econômicas, o que não chega nem perto da reivindicação dos bancários, que é a reposição da inflação, mais ganho real de 5%.

Realizada na sede do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), em Porto Velho, a assembleia geral considerou a proposta patronal um verdadeiro desrespeito e um deboche com os trabalhadores, pois além de ser insuficiente nas cláusulas financeiras, também ignora as cláusulas sociais (emprego, saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades, fim do assédio moral, fim das metas abusivas que adoecem o bancário...) e, sobretudo, não traz nenhuma garantia para os direitos já conquistados e, até o dia 31 de agosto, assegurados na Convenção Coletiva da categoria.

“Entregamos a nossa pauta de reivindicação ainda no dia 13 de junho. No dia 25 de julho tivemos a primeira rodada de negociação, que tratava sobre Saúde e Condições de Trabalho, quando eles prometeram apresentar uma proposta global no dia 1º de agosto. Só que no dia 1º de agosto, na segunda rodada de negociação, nada de proposta e uma nova promessa de que somente no dia 7 de agosto é que apresentariam uma proposta final. E ontem (7/8), em São Paulo, eles (os bancos) finalmente apresentam essa proposta que representa uma provocação aos trabalhadores e comprova que desprezam completamente seus funcionários, que são os verdadeiros responsáveis pelos lucros sucessivos destas instituições e, por isso, continuam enrolando os trabalhadores e os ameaçando com a retirada de direitos que, atualmente, é permitida desde a aprovação dessa nefasta reforma trabalhista”, esclareceu José Pinheiro, presidente do Sindicato e que acompanha pessoalmente todas as rodadas de negociação com os negociadores dos bancos.

“O Banco do Brasil e a Caixa Econômica acompanham a proposta feita na mesa principal (Fenaban), mas também não garantem nenhuma cláusula social e ainda ameaçam extinguir direitos e benefícios conquistados com muita luta e garantidas nos Acordos Coletivos Específicos destes bancos públicos. Na Caixa a situação é ainda mais preocupante, pois a direção nacional do banco quer extinguir 33 cláusulas do Acordo Específico, como horas extras, PLR Social, incorporação de função e o Saúde Caixa. O Banco da Amazônia, por sua vez, nem sequer se sentou à mesa para negociar e nem mesmo pagou a PLR do ano passado aos seus funcionários. Portanto, estamos diante de um momento tenebroso para os trabalhadores, em que nos vemos obrigados a lutar para manter o que já temos, e por isso é de extrema importância o esclarecimento e, sobretudo, a participação de todos os bancários nesta luta. Ou os trabalhadores saem da sua zona de conforto, larguem esse comodismo e vão à luta, ou então, daqui a algum tempo, não existirá mais a categoria bancária”, disparou o presidente.


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