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porto velho, quarta-feira 16 de julho de 2025
Em entrevista concedida à CNN Brasil, na tarde de terça-feira, 15, o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (União Brasil), fez uma declaração contundente de lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo admitindo que não recebeu sua bênção para disputar uma vaga no Senado em 2026.
"Continuo com o presidente Bolsonaro. Ele é uma referência de patriotismo e de valores que defendo. Minha fidelidade a ele não depende de cargos ou apoios eleitorais", afirmou Rocha, em tom categórico, sinalizando que sua aliança com o ex-presidente ultrapassa o campo pragmático da política.
O governador também criticou a condução dos processos judiciais contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que vêm ganhando tração após a investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe revelada Rocha pediu "revisão criteriosa e imparcial" das decisões que envolvem o ex-presidente, insinuando perseguição jurídica e uso político das instituições de controle.
"A democracia se fortalece com equilíbrio e justiça. É necessário que os tribunais não ultrapassem os limites constitucionais e respeitem o devido processo legal", disse, em clara referência aos desdobramentos judiciais que hoje colocam Bolsonaro sob risco de inelegibilidade definitiva e até condenação criminal.
A fala de Rocha é carregada de simbolismo. Eleito sob a bandeira bolsonarista em 2018 e reeleito em 2022, o governador busca manter viva a identidade conservadora que o projetou nacionalmente, mesmo com o racha recente dentro da direita — onde novos nomes tentam se consolidar como herdeiros do capital político de Bolsonaro.
Nos bastidores, o gesto de lealdade foi interpretado como tentativa de se manter no campo bolsonarista sem conflitar diretamente com outras lideranças emergentes, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ainda assim, Rocha deixa claro que sua linha política seguirá a cartilha bolsonarista, com ou sem chancela oficial.
A entrevista também é um recado direto à base conservadora de Rondônia — um dos redutos mais fiéis do bolsonarismo no país. Rocha parece querer deixar claro: mesmo sem ser o nome escolhido por Bolsonaro para o Senado, ele continuará sendo o rosto da direita em Rondônia.
O posicionamento ocorre num momento delicado, em que o ex-presidente vê aliados se reposicionando com cautela diante das investigações em curso. Rocha, porém, optou pelo caminho da fidelidade — e pagará para ver até onde isso poderá levá-lo nas urnas de 2026.
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