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    porto velho, terça-feira 9 de setembro de 2025

Oposição quer garantir que Eduardo Bolsonaro termine de exercer mandato nos EUA

Licença terminou no domingo (20), mas parlamentar indica que não volta ao Brasil nem renuncia


R7

Publicada em: 22/07/2025 10:12:23 - Atualizado

BRASIL: O líder do PL (Partido Liberal) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou, nesta segunda-feira (21), que a bancada pretende “garantir” que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) exerça o mandato nos EUA.

O parlamentar está licenciado desde o fim de março para buscar “sanções” ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A licença terminou no domingo (20), mas Eduardo indicou que não deve voltar ao Brasil nem renunciar o mandato.

A jornalistas, Cavalcante disse que a ideia é fazer com que Eduardo termine o mandato, ou seja, que ele exerça a função até o fim de 2026, mas nos Estados Unidos. “Seja votando mudanças legislativas ou outras questões, ele exercerá esse mandato dos EUA”, garantiu o líder.

Durante live no Youtube no domingo, Eduardo declarou que consegue levar o mandato por pelo menos os próximos três meses. “Não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, afirmou.

Nas próximas duas semanas, a Câmara estará de recesso. Porém, quando voltarem as sessões, Eduardo poderá perder o mandato por faltas, caso não retorne a Brasília em até 120 dias.

Isso ocorre se ele tiver ausências não justificadas em um terço das sessões ordinárias da Casa. Mas, enquanto isso, o parlamentar volta a receber o salário bruto de R$ 46.366,19, com desconto pelas faltas.

‘Exílio’

Na live, Eduardo chamou sua ida aos Estados Unidos de “exílio” e diz que prefere “morrer” por lá a ser preso. Até o momento, não há, no entanto, nenhum pedido de prisão contra ele. “Vocês acham mesmo que vou forçar a minha família a me visitar numa cadeia? Prefiro morrer aqui no exílio”, declarou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem defendido que o filho não retorne ao Brasil pelo risco de ser preso. “Se Eduardo vier para cá, ele está preso. Ou não está? Pelo que sei, ele não vem para cá. Vai ser preso no aeroporto”, afirmou Bolsonaro, na última quinta.

Eduardo Bolsonaro pediu licença por 120 dias, prazo máximo de afastamento permitido. Ele foi aos Estados Unidos alegando que iria “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”. O pedido foi feito uma semana antes de o STF (Supremo Tribunal Federal) tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado.

Atualmente, o deputado é investigado por suspeita de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A suspeita é de que Eduardo esteja nos EUA tentando interferir na Justiça brasileiro em prol de seu pai.

Segundo a Polícia Federal, o deputado “vem atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado brasileiro”.



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