PORTO VELHO - RO - Na recente passagem do presidente Lula por Porto Velho, o chefe da Nação chegou a insinuar que o senador Confúcio Moura deveria disputar o Governo de Rondônia. Mas, diante da realidade política do estado, Moura prefere se resguardar: seu objetivo central é buscar a reeleição ao Senado, mantendo aberta apenas uma fresta para o Palácio Rio Madeira/CPA.

Embora seja o principal nome da esquerda rondoniense e mantenha laços estreitos com o governo Lula, Confúcio demonstra cautela. A razão é clara: Rondônia é um reduto bolsonarista consolidado, onde a esquerda encontra-se esfacelada e incapaz de oferecer resistência consistente. Para ele, arriscar-se numa disputa majoritária seria transformar capital político em desgaste, sem garantia mínima de sucesso.

A postura de Confúcio soa como um recuo calculado, mas que expõe também os limites da esquerda no estado. Em vez de enfrentar o bolsonarismo dominante, o senador prefere o porto seguro do Senado, onde exerce influência nacional sem se expor ao julgamento direto das urnas estaduais em um pleito para governador.

Com essa escolha, Confúcio revela astúcia política, mas também reconhece a dura realidade: Rondônia não oferece, neste momento, condições para que um projeto progressista vá além da retórica. Sua opção pela reeleição é menos um gesto de ambição e mais um sinal da fragilidade da esquerda local, que segue sem fôlego para enfrentar a hegemonia bolsonarista.