BRASÍLIA (DF) - Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, o senador Marcos Rogério (PL) convocou uma audiência para debater o processo de saneamento básico em Rondônia, que prevê investimentos estimados em cerca de R$ 5 bilhões por meio da privatização da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD).

O que surpreendeu foi o uso dessa importante pauta — essencial para a qualidade de vida da população rondoniense — como possível instrumento de retaliação política ou de fortalecimento de disputas eleitorais.

Rogério deixou de fora da lista de convidados o atual prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (PODE), município que deverá receber a maior parte dos investimentos em saneamento no Estado. Em contrapartida, convidou o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB).

As divergências políticas entre Léo Moraes e Marcos Rogério são conhecidas, mas não deveriam se sobrepor aos interesses da população. O próprio Léo Moraes deu um exemplo recente de postura institucional ao convidar a deputada federal Mariana Carvalho (UNIÃO) para a inauguração de uma praça, mesmo após uma eleição acirrada.

No caso de Marcos Rogério, a impressão é de que pesa mais a preocupação em não dar visibilidade a um adversário político do que em planejar, de forma conjunta, o bem-estar da população.

Além de Hildon Chaves, também foram convidados para a audiência o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha; o presidente da CAERD, Cleverson Brancalhão da Silva; a diretora-presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Verônica Sánchez da Cruz Rios; o presidente da Associação de Defesa dos Direitos da Cidadania em Rondônia, Caetano Neto; e um representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A audiência ainda não tem data definida.