PORTO VELHO - RO - O prefeito de Cacoal, Adailton Fúria-PSD, insiste em vender sua candidatura ao governo como se fosse inevitável — mas, nos bastidores, o comentário é que sua pré-campanha tem mais pose que força real.

Um mero aceno de Cassol recentemente, dizendo que vai para a disputa, foi suficiente para desmontar todo o teatro. E nem é preciso um discurso inflamado: um “boa tarde” mais sisudo do 'italiano' já seria capaz de fazer o prefeito de Cacoal recolher o projeto ao fundo da gaveta e ficar caladinho.

O problema é que, fora da sua ‘fortaleza’ cacoalense, Fúria ainda é figura decorativa no tabuleiro estadual. Para não chegar nanico em 2026, teria que gastar sola de sapato em cada distrito e beira de estrada, além de montar uma estrutura de alianças robusta — o que significa negociar com partidos que hoje o veem apenas como um balão de ensaio. Sem esse arco de apoio, o risco é se tornar candidato de si mesmo.

Nos bastidores, corre a avaliação de que Fúria não conhece a fundo os problemas comuns de Rondônia e como um papagaio fala mais que propõe. Vive dando entrevistas sem substância, fala em palanques improvisados e redes sociais, mas ainda não apresentou uma agenda para os problemas estruturais de Rondônia: logística precária, saúde em frangalhos e o caos fundiário. Enquanto não sair da bolha de Cacoal e não juntar aliados de peso, seguirá sendo candidato no estilo “vai-que-cola” — e eleição, como se sabe, não se ganha no grito, mas no voto.

Se o prefeito insistir, pode sair da 'Fúria à Melancolia' num estalar de dedos.