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porto velho, domingo 28 de setembro de 2025
PORTO VELHO (RO) – A famigerada PEC da Blindagem, que pretendia exigir autorização do Congresso para abertura de processos criminais contra parlamentares, não resistiu à reação popular e foi enterrada na terça-feira (24) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O projeto, que havia chegado ao Senado com aval da Câmara, foi alvo de duras críticas e mobilizou protestos no fim de semana. Nas ruas e nas redes, a proposta foi apelidada de “licença para impunidade” e rapidamente se transformou em um dos textos mais rejeitados da legislatura.
Em Rondônia, a pressão foi sentida diretamente pelos três representantes do estado. Confúcio Moura (MDB) manteve desde o início posição contrária, chamando a PEC de “aumento de privilégios” e cobrando mais transparência na política.
A situação ficou mais delicada para Marcos Rogério (PL), que chegou a defender a proposta, mas acabou recuando e votando contra após o desgaste público. O mesmo movimento foi feito por Jaime Bagattoli (PL), que rompeu o silêncio e se declarou contrário, ainda que com ressalvas:
“Sou contra a PEC da Blindagem por acreditar que o mandato político não pode ser usado para proteger bandidos”, disse o senador.
Nos bastidores, parlamentares admitem que a pressão popular foi decisiva para o recuo. A leitura é de que manter apoio à PEC significaria desgaste certo às vésperas de um ano eleitoral.
Com a decisão, a proposta foi arquivada.