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porto velho, segunda-feira 29 de setembro de 2025
JI-PARANÁ (RO) – Se alguém ainda duvidava da força política de Michelle Bolsonaro, bastou acompanhar o encontro do PL Mulher no sábado, 27, em Ji-Paraná, região central do estado, para perceber que a ex-primeira-dama é, hoje, o maior ativo do bolsonarismo.
Diante de um auditório lotado, Michelle foi recebida como estrela principal, arrancou aplausos de pé e transformou o evento em um ato de reafirmação de fidelidade a Jair Bolsonaro.
Dias após admitir, pela primeira vez, que poderia concorrer a algum cargo nas eleições de 2026, Michelle voltou a defender a candidatura do marido, mesmo ele estando inelegível, cumprindo prisão domiciliar e já condenado pela chamada “trama golpista”. “Nós precisamos eleger o maior número de deputados e senadores em 2026 e vamos trabalhar para reeleger o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro, porque eu não quero ser presidente não, eu quero ser primeira-dama”, disse, em tom emocionado, arrancando gritos de “mito” da plateia.
O discurso deixou claro que, ao menos por enquanto, Michelle não pretende se lançar como cabeça de chapa. Mas ela fez questão de avisar que estará na linha de frente representando o ex-presidente enquanto ele permanecer fora das ruas. Foi o suficiente para animar a base bolsonarista de Rondônia, estado onde Jair Bolsonaro teve expressiva votação nas últimas eleições.
Nos bastidores do PL, o evento foi visto como um teste de popularidade para Michelle — e o resultado não deixou margem para dúvidas. Líderes regionais saíram convencidos de que a ex-primeira-dama é peça-chave para manter acesa a chama do bolsonarismo até 2026 e para puxar votos para a chapa majoritária e para os candidatos a deputado e senador.
Com carisma, discurso afiado e a narrativa de “defensora do presidente”, Michelle conseguiu transformar um encontro partidário em ato político de impacto. Se irá ou não concorrer, continua sendo uma incógnita. Mas uma coisa ficou evidente em Ji-Paraná: ela tem público, tem discurso e, se decidir ser candidata, dificilmente será apenas coadjuvante no jogo eleitoral de 2026.