PORTO VELHO (RO) – O silêncio da atual bancada federal de Rondônia, com raras exceções, está abrindo espaço para um fenômeno curioso: o retorno de nomes históricos da política rondoniense. Com uma atuação considerada tímida em Brasília, a bancada vem sendo rotulada como “baixo clero” por analistas políticos, incapaz de pautar temas de grande impacto ou atrair protagonismo para o estado.

Exceção feita aos deputados federais Sílvia Cristina (PP) e Coronel Chrisóstomo (PL), que ainda conseguem sobressair em suas agendas, o restante parece atuar no piloto automático, sem iniciativas capazes de mobilizar o eleitorado ou gerar repercussão nacional. O resultado é um vácuo de liderança que começa a ser preenchido pelos velhos caciques, que enxergam na apatia atual uma oportunidade de voltar ao jogo.

O ex-senador Amir Lando, nome respeitado da política de Rondônia, articula uma candidatura à Câmara dos Deputados. Ernandes Amorim, outro veterano da cena política, também deve tentar uma vaga de deputado federal.

No Senado, dois nomes de peso se preparam para a disputa: os ex-senadores Valdir Raupp e Expedito Júnior, ambos com recall eleitoral suficiente para polarizar o pleito. E, para completar o movimento de retorno, o clã Donadon planeja reocupar espaço político, resgatando sua tradicional base em Vilhena e região e devem lançar Natan à Câmara Federal.

O cenário aponta para uma eleição de 2026 marcada por confrontos entre a nova e a velha política – se é que a nova política ainda se apresenta como alternativa. Com o eleitor cada vez mais exigente e atento às pautas nacionais, a presença de caciques experientes pode representar tanto uma resposta ao marasmo atual quanto a volta da velha experiência na capital federal.

Para os atuais deputados e senadores de Rondônia, o recado é claro: ou entregam resultados concretos nos próximos meses, ou terão de dividir o palanque com velhos conhecidos que parecem dispostos a provar que ainda têm fôlego para mais uma temporada aguerrida na arena política.