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porto velho, sábado 18 de outubro de 2025
JI-PARANÁ-(RO) – A disputa por uma vaga no Senado em 2026 promete transformar Ji-Paraná em verdadeiro ringue político. De um lado, a deputada federal Sílvia Cristina (PP), consolidada em todo o Estado pelo trabalho em defesa da saúde e, sobretudo, pela bandeira do combate ao câncer. Do outro, o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), figura histórica da política rondoniense e, ironicamente, o padrinho político de Sílvia.
O embate tem gosto de novela: a criatura que ganhou asas enfrenta o criador que a lançou ao cenário político. Sílvia, que iniciou sua trajetória sob a sombra de Acir, hoje transita com autonomia e discurso próprio, ocupando espaços antes exclusivos do ex-senador. Já Acir, com domicílio eleitoral firme em Ji-Paraná e prestígio consolidado, aposta na memória de quem ainda enxerga nele um político de peso.
Nos bastidores, a leitura é de que a briga será de foice — sem espaço para conciliação. Ambos carregam base eleitoral robusta na região, e ambos têm projeção suficiente para dividir votos até o último minuto.
E é aí que mora o risco político: esse duelo pode provocar um racha nas alianças tradicionais. Partidos médios e lideranças locais, que sempre souberam onde ancorar suas candidaturas, agora vivem a incerteza de ter que escolher entre o peso do passado (Acir) e a força do presente (Sílvia). Dependendo do resultado, o mapa político de Rondônia pode sair redesenhado, com novas forças emergindo e antigos grupos perdendo terreno.
O Senado, portanto, não terá apenas candidatos, mas também um duelo simbólico: o criador tentando recuperar espaço e a criatura disputando a consagração. Ji-Paraná será palco do choque de gerações que promete influenciar toda a eleição estadual.