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porto velho, segunda-feira 17 de novembro de 2025

PORTO VELHO-RO: O ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), que deixou a capital com boa avaliação administrativa e um legado reconhecido por obras estruturantes, enfrenta agora um cenário bem diferente daquele que viveu no comando municipal.
Chaves foi o primeiro a se manifestar na disputa pelo Governo de Rondônia e hoje vê cada vez mais isolada politicamente — um isolamento que, a cada semana, ganha contornos mais evidentes.
Para analistas políticos, Hildon fez um movimento não calculado para ocupar terreno dando munição de ataque aos concorrentes e o gesto ousado não encontrou a adesão esperada, nem dentro do próprio PSDB, nem entre os partidos que, em outros tempos, o cortejaram como liderança emergente. Até mesmo o clã Carvalho não embarcou nessa aventura.
A dificuldade em formar chapas proporcionais, somada à pouca mobilização em torno de seu nome, levou Chaves a recuar. O ex-prefeito empurrou para março a decisão sobre qual cargo disputará nas eleições do próximo ano — um adiamento que, no bastidor, é interpretado como sinal claro de fraqueza, hesitação e perda de musculatura política.
O isolamento de Hildon reflete um tabuleiro político em rápida mutação. Outras lideranças avançaram mais rápido, consolidaram alianças, fecharam apoios e ocuparam espaços que, em tese, seriam naturais para o ex-prefeito após dois mandatos bem avaliados. O que se vê hoje é um Hildon orbitando sozinho, distante do núcleo duro de articulação e sem o entusiasmo que acompanhou sua ascensão.
Há quem diga que o ex-prefeito subestimou a velocidade das movimentações estaduais. Há também quem veja resistência interna no PSDB, que não demonstra apetite para embarcar em uma aventura eleitoral sem garantias de competitividade. Seja qual for a leitura, a conclusão é a mesma: Hildon Chaves está politicamente encurralado.
Enquanto seus concorrentes constroem pontes, ele enfrenta muros. E, num ambiente político marcado por ataques, alianças rápidas e pouca paciência com quem hesita, o isolamento pode custar caro. Até março, Hildon terá que provar que ainda tem fôlego para disputar cargos majoritários — ou aceitar que, desta vez, o jogo político não lhe sorri como antes.
O tempo, agora, é seu adversário mais implacável.