• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, quarta-feira 19 de novembro de 2025

Pressionado pelo Grupo de Confúcio, emedebista histórico deve abandonar disputa

A decisão final ainda não foi anunciada oficialmente, mas dentro do partido o recuo de Valdir Raupp é tratado como irreversível...


Redação

Publicada em: 19/11/2025 09:03:56 - Atualizado

PORTO VELHO - RO - O MDB de Rondônia vive dias de ebulição interna, e o epicentro da crise atende pelo nome de Valdir Raupp. Um dos quadros mais tradicionais do partido — ex-senador, ex-governador e figura emblemática da sigla no Estado — Raupp praticamente dá sinais de rendição diante do avanço do grupo político liderado por Confúcio Moura. A disputa silenciosa, mas feroz, que tomou conta dos bastidores emedebistas, ganhou contornos de guerra aberta e deve custar ao cacique histórico a tão pretendida candidatura a deputado federal em 2026.

Segundo articuladores do próprio MDB, Raupp percebeu que, sem mandato, perdeu terreno dentro da legenda. A força de Confúcio, combinada com o crescimento de novas lideranças alinhadas ao atual senador, consolidou um ambiente desfavorável ao ex-senador, que já vinha enfrentando dificuldade para reunir consensos internos. “A máquina interna mudou de mãos”, comentou um dirigente sob reserva — frase que sintetiza bem o clima atual.

O que antes era tratado como divergência pontual transformou-se em batalha declarada: disputas por diretórios, conflitos sobre rumos estratégicos e, principalmente, a definição de quem conduzirá o MDB na próxima eleição. Raupp, tradicionalmente habilidoso na costura política, chegou a ensaiar movimentos para retomar protagonismo, mas acabou atropelado por um alinhamento quase total do partido ao projeto de Confúcio Moura.

Diante do cenário, aliados do ex-senador admitem que ele já não reúne condições internas para disputar a Câmara Federal com o apoio do próprio MDB. A avaliação predominante é que insistir na candidatura poderia aprofundar ainda mais a crise e expor fragilidades antes mantidas sob controle.

A decisão final ainda não foi anunciada oficialmente, mas dentro do partido o recuo de Valdir Raupp é tratado como irreversível. Para um emedebista ouvido pela reportagem, depois da fraca gestão de Lúcio Mosquini, “Raupp percebeu que o MDB de hoje não é mais o MDB de ontem.”

Enquanto isso, Confúcio Moura segue acumulando vitórias nos bastidores, consolidando o próprio grupo e redesenhando o tabuleiro emedebista para 2026. Caso se confirme a desistência, encerra-se um capítulo que marcou décadas da política rondoniense — e abre-se outro, com novos protagonistas e uma reconfiguração profunda no partido que sempre foi palco das mais decisivas disputas do Estado.

A guerra interna ainda não terminou, mas uma derrota já está dada: a de Valdir Raupp, pressionado a abandonar o caminho de volta a Brasília.


Fale conosco