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porto velho, segunda-feira 29 de dezembro de 2025

PORTO VELHO (RO) - Os servidores da educação de Porto Velho encerram o ano de 2025 em pé de guerra com o principal sindicato da categoria, o Sintero. A entidade vem sendo acusada de “abocanhar” uma parcela significativa do retroativo do Piso do Magistério, pago pela Prefeitura de Porto Velho nesta última semana.
Segundo relatos de professores, o espelho do contracheque apontava valores muito superiores aos que, de fato, foram depositados em conta. A diferença, conforme os servidores, se deu em razão de taxas sindicais e honorários de assessoria jurídica que teriam sido retidos pelo Sintero antes mesmo de o dinheiro chegar aos beneficiários.
De acordo com informações apuradas pela reportagem, o prefeito Léo Moraes chegou a propor que o sindicato abrisse mão temporariamente da cobrança, permitindo que o valor fosse pago integralmente aos professores na forma de abono natalino. No entanto, o Sintero não teria aceitado abrir mão de sua “fatia do bolo”.
A situação gerou forte indignação na categoria. Alguns professores já afirmaram que irão pedir a desfiliação do sindicato, enquanto outros garantem que vão contestar judicialmente os descontos, alegando não terem assinado qualquer documento autorizando as cobranças.
Para ilustrar o impacto dos descontos, foi citado o caso de um servidor que deveria receber cerca de R$ 9 mil em retroativos, mas acabou ficando com apenas R$ 2,9 mil após as deduções. Exemplos como esse teriam se repetido dezenas de vezes, colocando o Sintero em uma posição extremamente delicada perante a categoria.
Órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, já teriam sido acionados para apurar o caso, o que representa um duro revés para a força sindical do Sintero junto aos profissionais da educação.