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    porto velho, sábado 10 de maio de 2025

“Moro errou em aceitar ser ministro, deveria continuar sendo juiz”, avalia ex-ministro Amir Lando

“O Poder é calado, não abre boca toda hora”, disse em relação ao Governo Bolsonaro na entrevista ao programa


Jaqueline Alencar / Rondonoticias

Publicada em: 06/08/2019 07:30:00 - Atualizado

PORTO VELHO RO - O Programa a Voz do Povo, apresentado pelo jornalista, advogado e diretor do Rondonoticias Arimar de Souza Sá, que vai ao ar ao vivo de segunda-feira à sexta-feira do meio-dia às 13 horas em Porto Velho pela Rádio Caiari 103,1 e pela Antena FM em Rede Estadual, recebeu nessa segunda-feira (5), o ex-ministro da Previdência Social, ex-senador, ex-deputado federal e ex-deputado estadual por Rondônia, advogado Amir Lando.

O entrevistado, que também atuou no Incra iniciou o programa falando sobre Reforma Agrária. Lembrou que a falta de título de propriedade emperra a geração de renda na propriedade, e ainda atinge centenas de famílias no estado que ainda não tiveram áreas legalizadas. Além disso, lamentou o fato que programas como o Terra Legal e outros que foram implantados, infelizmente não conseguem resolver a questão.

“Num levantamento que fiz há três anos, haviam mais de 90 mil casos inclusive em terras estaduais. O estado nunca assumiu a paternidade das suas terras, um domínio que é seu, deixou que a união tomasse conta de muita coisa. Isso é uma vergonha,uma prevaricação”, criticou.

Perguntado sobre o que fez em relação ao assunto quando exercia seus mandatos, o ex-parlamentar lembrou que sempre usava a Tribuna em todos eles para defender a questão. “Fiz isso para todos os governadores. Inclusive a Legislação dá amparo para isso. Mas o que acontece é que, na mente de muitos, o estado ainda é territorial, até porque falta um pouco de coragem, medo de trabalhar e assumir responsabilidades”, respondeu.

Bolsonaro

Sobre o Governo do presidente Bolsonaro, Amir Lando avaliou que é preciso governar com sabedoria, e com equilíbrio. “O Poder é calado, não abre boca toda hora. Tem de ser preservado. Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém”, disse usando o conhecido ditado popular, e acrescentando: “o que está faltando é essa consciência que, quem governa não deve falar, tem de ter racionalidade, e um projeto nacional. A política é emoção, mas não é só isso. A colocação que deve ser feita não é de direita ou de esquerda, e sim sobre o atraso e o desenvolvimento. O novo sempre tem uma ruptura com o passado. É preciso ter coragem para implantá-lo, pois a política é a arte de se construir o amanhã. Ou seja, o novo Governo tem de esquecer o passado, de quem era e quem foi, e mostrar o ‘eu sou agora, e está aqui o meu projeto'”, explanou, complementando: “e não é só a Reforma da Previdência que é importante. Para Rondônia por exemplo, a Reforma Agrária é uma questão importantíssima”, disse, relacionando a saúde e a infraestrutura também como fatores primordiais, e sobretudo a educação de qualidade como o principal meio tirar o país da violência.

Lava jato

Ao avaliar a Lava Jato, Amir Lando lembrou que, quando foi relator do processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, deixou os fatos falarem por si e não foi à televisão fazer gráficos e anteceder resultados.

“Em uma investigação, não se pode convencer através da mídia. Não é pela encenação, tem de ser sobretudo, suficientemente racional, para poder trazer a verdade”, afirmou, complementando que “a Lava Jato prestou um grande serviço a sociedade sim, porém, passou por uma certa vaidade, e se excedeu. E todo excesso é condenável. Nas causas públicas, ninguém é heroi, somos prestadores de serviço à sociedade e ponto final”.

Seguindo sobre a Lava Jato, o entrevistado acrescentou que o ministro Sérgio Moro errou em aceitar o cargo e deveria continuar sendo juiz. A prova cabal disso foi ele (Moro) ordenar a prisão de pessoas acusadas de hackear celulares “e não cabe a ele dizer o que deve ser feito com o material. A nação merece saber a verdade”, sentenciou.

Odebrecht

Ainda em relação a Lava Jato, Amir Lando criticou o praticamente fim da Odebrecht, que deixou quase 100 mil desempregados no país. Questionado se não seria de fato a melhor medida a ser tomada em relação a uma empresa envolvida em corrupção, foi taxativo: “desarticular totalmente um empreendimento que movia a economia do país em todo o mundo, que poderia ser apenas ter substitutos com uma intervenção rápida punindo apenas os envolvidos, resolveria”.

No programa, o ex-ministro, ex-senador, ex-deputado federal e ex-deputado estadual por Rondônia também falou sobre as comemorações em torno dos 36 anos da Constituição Estadual que acontecem a partir desta terça-feira (7) na Assembleia Legislativa do Estado e à qual colaborou como relator do projeto de construção, respondeu a perguntas dos ouvintes e falou de outros assuntos de interesse de todos.

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:
A VOZ DO POVO: Entrevista ex-ministro da Previdência Amir Lando


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