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Suplente de Olímpio é empresário envolvido em escândalo de Itaipu

Alexandre Giordano foi citado em CPI do Congresso paraguaio que apurou supostos favorecimentos a ele em acordo internacional


agenciaestado

Publicada em: 19/03/2021 11:51:58 - Atualizado

BRASIL: O suplente do senador Major Olimpio (PSL-SP), que morreu por complicações da covid-19, deverá ser o empresário Alexandre Luiz Giordano, envolvido em um escândalo após a divulgação em 2019 de acordo entre usina Itaipu Binacional e o governo do Paraguai, que revoltou a população local e balançou a gestão do presidente Mário Abdez. O segundo suplente é o ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, o ex-astronauta Marcos Pontes.

Giordano foi citado por CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Congresso do Paraguai para apurar a atuação do presidente Mario Abdo Benítez e do vice-presidente Hugo Velázquez no acordo para renegociação da venda de energia de Itaipu, que investigou supostos privilégios à empresa brasileira Léros, ligada ao empresário.

Após denúncia, em julho daquele ano, foi revelado que o governo do Paraguai assinou negociação bilateral que geraria prejuízos ao país e aumentaria o preço da energia. O caso terminou com a renúncia de cinco autoridades do alto escalão do Paraguai, protestos da população e fez balançar no cargo o presidente Mário Abdez.

Abdez passou a ser alvo de pedidos de impeachment depois que o jornal paraguaio ABC Color divulgou que ele teria pressionado o então presidente da Ande (estatal de energia paraguaia equivalente à brasileira Eletrobras), Pedro Ferreira, pela implementação do acordo firmado, após pressão do governo de Jair Bolsonaro.

Esses diálogos, caso verdadeiros, indicam que Abdo conhecia com antecedência os termos do acordo, estava ciente de que ele aumentaria o custo da energia no Paraguai e orientou que ele fosse mantido em sigilo.

Segundo o senador Eusebio Ramón Ayala, do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), disse na época, existiam indícios de que a Léros recebeu tratamento preferencial em relação às demais empresas que demonstraram interesse à Ande (Administração Nacional de Eletricidade), estatal de energia do Paraguai, em intermediar a venda da energia excedente para o país vizinho.

Giordano se defendeu das acusações e afirmou naquele ano que participou somente de uma reunião com a diretoria da Ande, para tratar de um chamamento público para venda de energia aberto pela estatal paraguaia.

Ele negou haver relação do encontro com as alterações feitas na ata bilateral de Itaipu e também disseram que não usaram o nome Bolsonaro nas negociações, o que foi denunciado pelo advogado José "Joselo" Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico do vice-presidente (Velázquez).

Giordano tem 47 anos e foi eleito como primeiro suplente da chapa de Olimpio em 2018, com pouco mais de 9 milhões de votos. A posse dependerá de convocação feita pelo Senado, ainda sem data para ocorrer.


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