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    porto velho, segunda-feira 7 de julho de 2025

Cidade que deu 92% dos votos em Bolsonaro em 2018 pode repetir alto índice em 2022

Apesar de críticas ao presidente, moradores esperam repetir percentual alto no pleito de outubro.


g1

Publicada em: 21/09/2022 11:26:38 - Atualizado

A um visitante desavisado, em um dia de inverno, a frase inscrita no pórtico representa bem a Nova Pádua: pequeno paraíso italiano. Nos últimos quatro anos, porém, o município de 2,5 mil habitantes da serra gaúcha ficou mais conhecido por outro epíteto, o de cidade mais bolsonarista do Brasil, pois 92,96% de seus eleitores votaram em Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2018.

A expectativa é que a população de Nova Pádua repita em 2022 o alto índice de votação no candidato, agora pelo PL, mesmo que, de forma mais envergonhada, os moradores reconheçam decepções com a condução dele na pandemia, com as alianças com o Centrão e o furo do teto de gastos em função dos benefícios sociais concedidos às vésperas da eleição.

"Aqui existem pessoas que votam eventualmente no Lula ou já votaram. Não há problema nenhum, na sociedade em que a gente está inserido, de rever os conceitos, alterar voto. Agora, acredito que, se for esta polarização entre Bolsonaro e Lula, Bolsonaro terá o mesmo percentual de votos aqui na cidade", projeta o prefeito Danrlei Pilatti (PP).

Nos 160 km entre Porto Alegre e o município serrano, pelo menos quatro outdoors estampando a foto do presidente estão instalados à beira da estrada, inclusive na vizinha Flores da Cunha. Dentro de Nova Pádua, entretanto, o apoio é maciço, mas sem alarde.

Na paisagem, não se vê nenhuma toalha, bandeira, adesivo ou camiseta que altere visualmente a estética colonial da cidade. Os únicos banners são das candidatas a soberana da Festa dos Produtos Coloniais (Feprocol), prevista para fevereiro de 2023.

Mas, mesmo que Bolsonaro não se reeleja, os moradores não acreditam que isto vá mudar a ideologia nem tampouco interferirá nas características do povo paduense.

"Eu espero que [Bolsonaro] continue. Senão, a gente vai continuar trabalhando. Foi o município mais 'aecista' [Aécio Neves recebeu 88,1% de votos em 2016] e, hoje, não votaria nele", diz Celso Sonda, dono da vinícola que abriga o principal ponto turístico da cidade, o Belvedere Sonda.

"Se aparecer alguém melhor do que Bolsonaro, com caráter melhor, eu vou votar", completa Gema Sonda, a outra proprietária.

O 'bolsonarismo' paduense

A eleição de Bolsonaro, por si só, não significou diretamente um impulso na economia local. Em 2019, no seu primeiro ano de governo, o produto interno bruto (PIB) de Nova Pádua teve um crescimento de 0,1% em relação ao ano anterior, segundo os dados do Departamento de Economia e Estatística do governo do Rio Grande do Sul.

O desempenho foi bem inferior ao dos primeiros anos dos três governos anteriores: em 2003, no primeiro ano do governo Lula, teve 18,4% de aumento; em 2011, com Dilma Rousseff, o acréscimo foi de 5%; e em 2017, no primeiro ano completo de Michel Temer na Presidência, a alta foi de 6,1%. 



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