PORTO VELHO- RO- A bancada federal que será empossada hoje (01), para representar o Estado de Rondônia é uma das mais renovadas e com dois estreantes em mandatos eletivos. Apenas três dos que tomam posse foram reeleitos e a expectativa é de que haja uma maioria atuando na oposição ao Governo do presidente Lula (PT), em razão de integrarem partidos de oposição e de a população rondoniense ter se distanciado dos petistas e se aproximado do bolsonarismo.

Senador estreante

Apenas uma vaga para o Senado estava na disputa nas últimas eleições. Na esteira do bolsonarismo, foi eleito senador para representar Rondônia o empresário do agronegócio Jaime Bagattoli (PL). Ele é um estreante na vida pública, nunca antes tendo ocupado cargo eletivo. Ele tem 61 anos e nasceu em Presidente Getúlio, no interior de Santa Catarina e reside em Vilhena, no Cone Sul. Bagattoli gaba-se de ser fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro e já anunciou que irá votar no candidato do grupo para presidir o Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

Deputados federais

Campeão de votos entre os deputados federais, com 85.604 votos, o médico Fernando Máximo (União Brasil) é outro estreante em cargo eletivo. Nunca exerceu mandato e se tornou conhecido após assumir a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), atuando em redes sociais especialmente durante a pandemia. Sua atuação em Brasília ainda é uma incógnita, pois lhe falta o traquejo da experiência política.

O jovem Maurício Carvalho (União Brasil) mantém o sobrenome da família em alta, após a sua irmã, Mariana Carvalho (Republicanos), ter trocado a Câmara Federal por uma cadeira no Senado, sem sucesso. Ele foi vereador e vice-prefeito de Porto Velho e tem experiência na política. Deve atuar focado em Porto Velho, que é seu reduto eleitoral, onde recebeu a maioria dos 32.637 votos.

O delegado de Polícia Civil, Thiago Flores (MDB), eleito com 23.791 votos, teve a experiência de ser prefeito de Ariquemes por um mandato. Nunca exerceu um mandato no Legislativo e tem em seu histórico posições tidas como conservadoras, que coadunam com o discurso bolsonarista. A expectativa é que ele atue na oposição e foque sua atuação em defesa do Vale do Jamari.

Cristiane Lopes (União Brasil) foi eleita com 22.806 votos. Ex-vereadora e candidata derrotada à prefeitura de Porto Velho, ela fez discurso ultraconservador para alavancar seu nome à Câmara Federal, com pautas de costumes acima das demais questões. Suas posições encontraram eco e resta saber como será sua atuação agora com um governo federal que é o que ela esperava encontrar. Terá que ter jogo de cintura para buscar ocupar um espaço onde já existem outras lideranças bolsonaristas ocupando.

Por fim, Rondônia elegeu José Lebrão (União Brasil) deputado federal. Ele passou o último mandato quase recluso, se defendendo de pesadas acusações e enfrente ações judiciais que podem tirar seu mandato. Nos meios políticos, fala-se que ele saiu a federal "apenas para compor chapa", mas acabou se elegendo. É ligado ao setor produtivo e aos madeireiros, categoria que não tem muita simpatia do Governo Lula.

Reeleitos

Entre os deputados reeleitos, o destaque é para a deputada federal Sílvia Cristina, que teve uma expressiva votação, após trocar o PDT, de centro-esquerda, para se filiar ao agora de extrema-direita, PL. A mudança parece ter ajudado e muito na sua reeleição, somando 65.012 votos. Ela pautou sua atuação em apoiar ações do Hospital do Amor e na luta para oferecer atendimento digno aos pacientes com câncer e chega com muita força política aos eu segundo mandato.

Lúcio Mosquini (MDB) é o mais longevo entre os federais. Ele toma posse para o seu terceiro mandato consecutivo, mesmo tendo enfrentado altos e baixos em seu último mandato. Foi reeleito com 48.735 votos e sua atuação é voltada aos municípios e ao apoio ao setor produtivo. É experiente e deve ser o coordenador da bancada, cargo que já ocupou na legislatura que findou.

O terceiro deputado reeleito é o Coronel Chrisóstomo (PL), que cerrou fileiras com o chamado bolsonarismo raiz, sendo um dos principais representantes em Rondônia da ideologia do grupo que comandou o país nos últimos quatro anos. Vai para o segundo mandato e agora deve engrossar o coro da oposição ao presidente Lula.