O assédio violento da extrema direita em prol de seu candidato teve impacto contrário entre parlamentares, que se revoltaram devido às ameaças contra eles e seus familiares. Os bolsonaristas não perceberam que esse tipo de bullying pode funcionar com eleitores comuns, mas não com quem tem mandato de oito anos.

Além de tentar inviabilizar projetos de Lula no Congresso Nacional, a conquista do Senado pela direita tinha o objetivo de tentar aprovar o impeachment de membros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes.

Mesmo com o assédio dos aliados de Marinho, no final das contas, Rodrigo Pacheco teve uma votação próxima ao tamanho esperado da base de Lula no Senado Federal. Isso indica que muitos senadores podem ter usado o crescimento de Marinho nas redes sociais apenas para aumentar o "preço" de seu voto.

Caso a base do governo tenha os mesmos 49 votos de Pacheco, Lula conseguirá aprovar propostas de emenda à Constituição.

Por outro lado, a oposição mostra que, mantendo os votos conferidos a Marinho, ela terá o suficiente para pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal. Uma CPI, como a que foi instalada para analisar as ações do governo Bolsonaro no combate à covid-19, precisa da assinatura de 27 senadores.