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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL: No Brasil, a incontinência urinária (IU) é uma realidade para mais de 10 milhões de pessoas. Uma condição comum, mas, nem por isso, normal.
“A partir do momento em que a criança passa a ter controle da bexiga, toda perda involuntária de urina passa a ser considerada anormal, e deve ser investigada”, diz José Carlos Truzzi, doutor em urologia pela Escola Paulista de Medicina, da UNIFESP, e chefe do departamento de disfunções miccionais da Confederação Americana de Urologia.
As mulheres são as mais atingidas, já que partos, gestações e até a menopausa estão entre as principais causas. Tanto em homens quanto em mulheres, fatores como obesidade, tabagismo, Alzheimer e Parkinson podem desencadear a condição. Mas o maior vilão para os homens está relacionado ao câncer de próstata.
Contrariando uma crença popular, não é o câncer de próstata em si que causa a incontinência urinária, mas sim a prostatectomia, a cirurgia de remoção da próstata. Esse procedimento não é necessário para todos os pacientes, e para a maior parte dos homens que passam por ele, quando ocorre, a incontinência é temporária e reversível.
Estima-se que 40% a 60% dos pacientes experimentem algum grau de incontinência imediatamente após a cirurgia, mas a maioria recupera o controle dentro do primeiro ano. “Apenas uma pequena porcentagem permanece incontinente após um ano da cirurgia, e cerca de 5% dos pacientes a longo prazo”, diz Truzzi.
Isso acontece porque o músculo esfíncter uretral não consegue mais regular a abertura e o fechamento da área de eliminação da urina. No entanto, a musculatura pélvica pode assumir esse controle, muitas vezes de forma natural.
Quando isso não acontece naturalmente, a solução pode estar na fisioterapia pélvica, uma técnica muito indicada para mulheres, mas que pode beneficiar também os homens
Iniciar o tratamento nos primeiros três meses é crucial para alcançar os melhores resultados. É preciso buscar um profissional especializado, que vai orientar a reabilitação do assoalho pélvico, ou seja, realizar exercícios que fortalecem os músculos da região e que contribuem para evitar os escapes de xixi.