A Dpoc é caracterizada por uma redução persistente do fluxo de ar. Piora com o tempo e pode se agravar a ponto de levar à morte.
Ela se desenvolve de quadros persistentes de bronquite ou enfisema pulmonar. Na bronquite, há produção de muco e inflamação nas vias aéreas. No enfisema há destruição dos alvéolos, estruturas responsáveis pelo fluxo de ar nos pulmões.
Sua principal causa é a exposição à fumaça do cigarro, seja o fumante ativo ou passivo. A exposição a outros tipos de fumaça também pode causar a doença - quem trabalha com fornos de lenha em pizzarias ou carvoarias também corre risco.
E, geralmente, se manifesta de forma silenciosa: 80% das pessoas afetadas nem sequer sabem disso, segundo a Fundepoc, uma instituição argentina especializada na doença.
Também não há cura para a Dpoc e cerca de 3 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do mal, segundo a OMS, que afeta 384 milhões de pessoas em todo o mundo.
Do total de vítimas, 13,6% são adultos com mais de 35 anos da América Latina, de acordo com os dados da Fundepoc. No Brasil, a estima-se que 7 milhões de pessoas tenham Dpoc - mas somente 12% dos pacientes são diagnosticados.
Sintomas
Um dos grandes problemas da Dpoc é justamente que nem sempre ela é diagnosticada.
E os fumantes geralmente não se queixam ou vão ao médico por estarem tossindo ou apresentarem dificuldades respiratórias, adverte a OMS.
A doença evolui de forma lenta e normalmente só se torna visível a partir dos 40 ou 50 anos, assegura a mesma organização.
Os sintomas mais frequentes são a dispneia (dificuldade para respirar), tosse crônica e produção de fleumas (expectoração com muco).
A doença piora com o tempo, e atividades cotidianas como subir escadas ou carregar uma mala podem ser extremamente difíceis. A dificuldade para respirar, em princípio relacionada ao esforço, acaba aparecendo também quando se está em repouso. E às vezes ela é tão forte que pode chegar a incapacitar a pessoa por completo. Nesse caso, deve-se procurar o médico com urgência.
Riscos
As pessoas expostas à fumaça do cigarro têm maior probabilidade de sofrer da doença quando estiverem na faixa de 35 ou 40 anos. Mas não são as únicas em risco.
Há anos a Dpoc atingia mais os homens, uma vez que eles fumavam mais do que as mulheres. Agora, porém, o índice de tabagismo nos países de alta renda é semelhante entre os dois sexos.
Adicionalmente, nos países de baixa renda as mulheres são as que estão mais expostas ao ar interior contaminado.
Segundo a OMS, mais de 90% das mortes causadas pela doença ocorrem em países de renda média baixa porque as estratégias de prevenção não são eficazes e os tratamentos não estão disponíveis ou não são acessíveis para todos os doentes.
Incurável, mas evitável
A Dpoc não tem cura, mas pode ser evitada. Deixar de fumar ou reduzir a exposição à poluição, seja interior, exterior ou do tipo química, são exemplos de como se precaver.
A Dpoc também pode ser detectada por um "teste de sopro" chamado espirometria. Nesse teste, é usado um aparelho no qual a pessoa assopra para que seja avaliada a quantidade de ar que ela é capaz de colocar para dentro e para fora dos pulmões - e a velocidade com que faz isso.
Se o teste indicar alteração nessa capacidade respiratória, novos exames podem ser pedidos pelo médico para confirmar o diagnóstico dessa ou de outras doenças respiratórias.
Para aliviar os sintomas, existe tratamento com medicamentos e fisioterapia.
Aumentar nossa capacidade de fazer exercícios e levar uma vida mais saudável também podem reduzir o risco de morte.