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porto velho, segunda-feira 15 de setembro de 2025
O alongamento faz parte do vocabulário de quem frequenta academias e estúdios de pilates, mas também pode — e deve — ser incorporado ao dia a dia de pessoas que não têm rotina de treinos. Trata-se de uma prática simples e acessível que pode ser aprendida em aulas específicas, em modalidades como ioga, ou mesmo em orientações rápidas de profissionais da saúde.
Embora pareça apenas “esticar o corpo”, o alongamento tem impacto direto na flexibilidade, na postura, na circulação e até na prevenção de dores musculares. Os exercícios, que podem ser feitos de forma estática ou dinâmica, duram em média de 15 a 30 segundos por grupo muscular, e podem ser adaptados conforme a idade, a condição física e o objetivo de cada pessoa.
Ainda assim, permanecem muitas dúvidas: é melhor alongar antes ou depois do treino? Quem não se exercita também precisa se alongar? E qual a diferença prática entre o alongamento estático e o dinâmico? Para esclarecer essas e outras questões, especialistas ouvidos pela Agência Einstein explicam os reais benefícios da prática e os cuidados para incorporá-la de forma segura e eficaz à rotina.
Um dos principais focos desse tipo de exercício é a melhora da flexibilidade, ou seja, a capacidade de realizar movimentos com grandes amplitudes. Isso está diretamente ligado à autonomia funcional, inclusive na velhice, ao bem-estar e à saúde das articulações. Mas, os ganhos que ele oferece vão além: ainda melhora a circulação, o relaxamento, a percepção corporal, diminui rigidez muscular e a previne dores.
“Também podemos citar a contribuição para a postura e para a realização de movimentos mais eficientes no dia a dia e nos treinos”, acrescenta o médico do esporte e fisiatra Fabrício Buzatto, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo.
Vale ressaltar que não é uma prática obrigatória para todos. “Mas, ela tem um impacto positivo, especialmente quando bem planejada”, complementa o profissional de educação física Everton Crivoi do Carmo, responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Einstein Hospital Israelita.
Segundo o especialista do Espaço Einstein, a ciência já tem uma boa resposta para essa questão. “Antes do treino de força, os alongamentos estáticos de longa duração e intensos não são recomendados. Se forem usados, devem ser curtos e dinâmicos, funcionando como uma estratégia de aquecimento e preparo da musculatura”, explica.
Após o treino os movimentos não reduzem a dor muscular tardia, a famosa dor do dia seguinte, nem evitam lesões, mas podem proporcionar relaxamento e estimular a circulação. Já as aulas exclusivas de alongamento ou modalidades que trabalham esse aspecto, como ioga ou pilates, são boas opções para quem tem pouca flexibilidade ou sente muita rigidez.
Diferente do alongamento estático, em que o corpo permanece em uma posição fixa para esticar determinado músculo — geralmente indicado para momentos fora do treino —, o alongamento dinâmico envolve movimentos controlados e repetitivos. Esse tipo de prática aumenta o fluxo sanguíneo, eleva a temperatura e a oxigenação muscular, além de melhorar a mobilidade, preparando o corpo para a atividade física e reduzindo o risco de lesões.
Sim. Mesmo quem não tem o hábito de se exercitar pode perceber ganhos na qualidade de vida, como melhora na circulação, maior facilidade para realizar movimentos do dia a dia — abaixar-se ou alcançar objetos no alto, por exemplo — e aumento de força em pessoas sedentárias. “A prática ainda proporciona benefícios para quem passa muito tempo sentado ou em pé, pois ajuda a reduzir tensões musculares e previne dores lombares e cervicais”, diz Buzatto.
Não. Durante o alongamento, é comum sentir apenas uma leve tensão nos músculos, nunca dor intensa ou desconforto exagerado. Sentir dor é um sinal de que o corpo pode estar sendo forçado além dos limites, o que pode causar lesões. É importante respeitar o próprio ritmo e a amplitude de movimento de cada pessoa. Além disso, o alongamento não substitui o fortalecimento muscular: os dois se complementam, já que um músculo saudável precisa ser, ao mesmo tempo, forte e flexível. Incorporar exercícios de força ajuda a proteger articulações, melhorar a postura e potencializar os benefícios do alongamento.