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Níveis altos de hormônio da tireoide causam batimentos cardíacos irregulares, diz estudo

Pesquisa mostrou que mesmo níveis de hormônios considerados normais são fatores de risco para a condição.


G1

Publicada em: 23/10/2017 11:14:53 - Atualizado

Indivíduos com níveis mais altos de hormônio da tireoide circulante no sangue estão mais propensos que indivíduos com níveis mais baixos a desenvolver batimentos cardíacos irregulares ou fibrilação atrial, informa pesquisa publicada nesta segunda-feira (23) no periódico "Circulation", ligado a American Heart Association (Estados Unidos).

O salto do estudo foi apontar que mesmo indivíduos com secreção de hormônio considerado dentro de parâmetros normais pela medicina estão com maior risco de desenvolver a condição.

O batimento irregular ocorre quando as duas câmaras superiores do coração, chamadas átrios, batem de mais rápida do que o normal. Os sintomas podem incluir palpitações cardíacas, tonturas, sudorese, dor no peito, ansiedade, fadiga e desmaios.

A condição também aumenta o risco de doenças graves, como acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.

A tireoide é uma glândula em "forma de borboleta" localizada na parte frontal do pescoço, informa a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Dentre outras funções importantes, ela é responsável por regular todo o metabolismo do corpo. Problemas em seu funcionamento podem provocar sintomas diversos, que vão ao excesso de peso à depressão.

A pesquisa teve como autora principal Christine Baumgartner, estudante de pós-doutorado na Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos.

Como foi a pesquisa

Christine e sua equipe analisaram dados de 11 estudos da Europa, Austrália e Estados Unidos que mediram a função da tireóide e a ocorrência de batimentos cardíacos irregulares. Ao todo, 30.085 indivíduos foram estudados. O acompanhamento variou de 1,3 a 17 anos em média.

Os indivíduos estudados foram divididos em quatro grupos: aqueles com níveis de hormônios mais altos apresentaram risco aumentado de fibrilação arterial de 45%. Entre os indivíduos com os segundos níveis mais altos, o risco foi 25% maior; e, entre aqueles com o terceiro maior nível o risco foi 17% maior. Os grupos foram comparados com aqueles com níveis menores de hormônios.

A importância do estudo

Estudos anteriores já haviam mostrado que o risco de batimentos cardíacos irregulares é maior entre os indivíduos que produzem muito hormônio da tireoide que aqueles com níveis hormonais normais. O que não era claro, no entanto, era se os níveis que eram altos, mas ainda dentro do intervalo normal, também poderiam aumentar o risco de batimentos cardíacos irregulares.

Para entender essa relação, os pesquisadores analisaram a ocorrência de batimentos cardíacos irregulares entre indivíduos com níveis de hormônio da tireóide que ainda estavam dentro do alcance normal. Eles descobriram que os indivíduos com maiores níveis sanguíneos, mesmo dentro do intervalo normal, eram mais propensos a desenvolver batimentos cardíacos irregulares.

O achado pode ter impacto em como médicos analisam os resultados de hormônio da tireoide circulante no sangue. Com mais estudos, pode ser que se avalie a necessidade de tratamento naqueles que, hoje, estão em níveis hormonais considerados normais pelas atuais diretrizes médicas.


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