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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
A síndrome de Prader Willi é um distúrbio raro que afeta uma em cada 15 mil pessoas no mundo. "A síndrome é uma anomalia do cromossomo 15 de origem paterna e que ocasiona alguns sintomas como hipotonia muscular (falta de força e firmeza nos músculos), atraso na escrita e fala e hiperfagia (compulsão alimentar)", de acordo com a nutricionista Anete Mecenas.
O portador da síndrome começa a desenvolver uma fome compulsiva na infância, a qual nenhuma refeição é suficiente para saciá-la, sendo esse o principal sintoma e o primeiro a manifestar-se.
A psicóloga Michelle Lage explica que a Prader-Willi é uma doença que atinge uma parte específica do cérebro, que provoca a compulsão. "A síndrome afeta a parte neurológica do indivíduo por estar relacionada a alterações no hipotálamo, parte do nosso encéfalo responsável, entre outras coisas, pela produção de diversos hormônios". Por isso, a fome insaciável do distúrbio deve ser constantemente vigiada. Um dos sintomas que devem ser tratados no aspecto nutricional e que pode ocasionar obesidade com as suas comorbidades (doenças que geram outras doenças) é a diabetes tipo II e a hipertensão arterial.
Sintomas variam de acordo com a idade
Michelle sublinha que os sintomas manifestam-se de maneira diferente segundo a idade. "Os bebês apresentam falta de firmeza muscular e dificuldade de sucção. Já a partir dos 6 anos de idade o quadro muda e o portador da síndrome apresenta a compulsão e constante sensação de fome, pois o cérebro não reconhece os sinais de saciedade. Além disso o metabolismo de portadores desta síndrome costuma ser mais lento, agravando o quadro de obesidade". Dificuldades de aprendizagem, instabilidade emocional e atraso nas fases desenvolvimento também são sintomas, refere a psicóloga. Os portadores costumam ainda ter estrabismo e dificuldade de socialização.
Tem cura?
A síndrome de Prader-Willi é uma doença crônica e não tem cura. No entanto, é possível tratá-la com um estilo de vida mais saudável. "É necessário que o doentes faça uma alimentação equilibrada com refeições em intervalos menores e coma fruta, hortaliças e legumes regularmente - alimentos ricos em fibras e que, portanto, garantem mais saciedade", conclui a nutricionista Anete Mecenas.