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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
Em comunicado publicado nesta quinta-feira (9), o Facebook anunciou que não fará grandes mudanças em suas políticas de publicidade política, o que permitirá maior possibilidade do uso das chamadas “fake news” em anúncios desse tipo. A decisão contraria pressão de parte do Congresso estadunidense, que afirma que a empresa está abdicando da responsabilidade pelo conteúdo que exibe em sua plataforma.
Além disso, o Facebook também anunciou que não colocará restrição ao sistema de “microtarget” para os anúncios políticos, o que permite que as campanhas recebam informação de usuários do Facebook, algo que os críticos da rede social afirmam que facilita o trabalho dos que pretender espalhar informações divergentes ou enganosas.
“Nossa posição está baseada na crença fundamental do Facebook na liberdade de expressão, no respeito ao processo democrático e na crença de que, nas democracias maduras e com uma imprensa livre, o discurso político já é sem dúvida o discurso mais minucioso que existe”, justificou a chefe de política global de eleições do Facebook, Katie Harbath.
Em uma tentativa de provocar a empresa, a campanha da senadora senadora e pré-candidata presidencial Elizabeth Warren publicou um anúncio falso, afirmando que o diretor-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, estava apoiando a reeleição de Trump. O Facebook não retirou o anúncio.
Em um discurso feito em outubro, na Universidade de Georgetown, Zuckerberg disse “acreditar no poder do discurso irrestrito, inclusive na publicidade paga, e não quero estar em posição de ter que policiar o que os políticos podem ou não dizer aos eleitores. Os usuários do Facebook devem ter permissão para tomar essas decisões por eles mesmos. As pessoas que têm o poder de se expressar em escala são um novo tipo de força no mundo – um Quinto Estado, ao lado de outras estruturas de poder da sociedade”.
Outro argumento dos executivos do Facebook é que mudanças significativas em suas regras para anúncios políticos podem prejudicar a capacidade de organizações menores, como coletivos e ONGs, que contam com menos recursos financeiros e passariam a contar com menos vias de arrecadar dinheiro e organizar sua rede.