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Facebook anuncia que vai continuar permitindo divulgação de fake news em anúncios políticos

Sob pressão de congressistas, empresa anunciou que não fará grandes mudanças na rede social neste ano de eleição


Revista Fórum

Publicada em: 09/01/2020 10:30:20 - Atualizado

Em comunicado publicado nesta quinta-feira (9), o Facebook anunciou que não fará grandes mudanças em suas políticas de publicidade política, o que permitirá maior possibilidade do uso das chamadas “fake news” em anúncios desse tipo. A decisão contraria pressão de parte do Congresso estadunidense, que afirma que a empresa está abdicando da responsabilidade pelo conteúdo que exibe em sua plataforma.

Além disso, o Facebook também anunciou que não colocará restrição ao sistema de “microtarget” para os anúncios políticos, o que permite que as campanhas recebam informação de usuários do Facebook, algo que os críticos da rede social afirmam que facilita o trabalho dos que pretender espalhar informações divergentes ou enganosas.

“Nossa posição está baseada na crença fundamental do Facebook na liberdade de expressão, no respeito ao processo democrático e na crença de que, nas democracias maduras e com uma imprensa livre, o discurso político já é sem dúvida o discurso mais minucioso que existe”, justificou a chefe de política global de eleições do Facebook, Katie Harbath.

Em uma tentativa de provocar a empresa, a campanha da senadora senadora e pré-candidata presidencial Elizabeth Warren publicou um anúncio falso, afirmando que o diretor-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, estava apoiando a reeleição de Trump. O Facebook não retirou o anúncio.

Em um discurso feito em outubro, na Universidade de Georgetown, Zuckerberg disse “acreditar no poder do discurso irrestrito, inclusive na publicidade paga, e não quero estar em posição de ter que policiar o que os políticos podem ou não dizer aos eleitores. Os usuários do Facebook devem ter permissão para tomar essas decisões por eles mesmos. As pessoas que têm o poder de se expressar em escala são um novo tipo de força no mundo – um Quinto Estado, ao lado de outras estruturas de poder da sociedade”.

Outro argumento dos executivos do Facebook é que mudanças significativas em suas regras para anúncios políticos podem prejudicar a capacidade de organizações menores, como coletivos e ONGs, que contam com menos recursos financeiros e passariam a contar com menos vias de arrecadar dinheiro e organizar sua rede.


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