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porto velho, segunda-feira 14 de julho de 2025
BRASIL: Após uma mãe denunciar pelas redes sociais o atraso de quatro meses na entrega de um medicamento para o filho de 9 anos, portador de doença rara, o prefeito da cidade em que mora, Castanhal, na Grande Belém, Paulo Titan (MDB), respondeu de forma debochada: "Não aceito é drama através de rede social". O medicamento chega a custar mais de R$ 300.
Bruna Melo, mãe de Miguel, usou uma foto publicada no último dia 14 pela filha de Paulo, a deputada estadual Paula Titan (MDB), para questionar o atraso no medicamento, que, segundo decisão judicial, deveria ser fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da prefeitura ou do governo estadual.
Bruna usa as redes sociais para compartilhar o dia a dia do filho, portador de megacólon congênito, uma doença que impede o intestino de funcionar, por não ter as células ganglionares, responsáveis por estimular o bom funcionamento, o que cria o fecaloma — massa de fezes endurecidas — e deixa o cólon grande.
"Quatro anos após o diagnóstico de megacolón congênito, descobrimos a retocolite ulcerativa. Essa doença provocou úlceras sangrentas no ânus, que pingava sangue no chão; perda de peso; febre e outros sintomas".
As duas doenças não têm cura, apenas tratamento, como explicou o médico proctologista Helder Ikegami.
"O megacólon geralmente é diagnosticado na infância e se deve a ausência de células nervosas relacionadas à motilidade do intestino grosso, levando à constipação intestinal e até mesmo a obstrução funcional. Já a retocolite ulcerativa é caracterizada por uma inflamação da mucosa intestinal, o que leva a quadros clínicos de diarréia crônica, inclusive com muco e sangue", esclareceu o médico.
Segundo ele, as duas doenças são de baixa prevalência e, no caso do megacólon, a incidência é de um a cada 20.000 nascidos, o que o Ministério da Saúde considera como doença rara.