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    porto velho, terça-feira 22 de julho de 2025

Polícia quer que acusada de racismo prove ser médica e explique suposta ligação com milícia

Polícia investiga Amanda Queiroz Ornela, que aparece em vídeo dizendo que 'odeia preto' e que nada aconteceria porque 'racismo não dá cadeia'


G1

Publicada em: 02/08/2023 10:27:54 - Atualizado


BRASIL: A Polícia Civil vai ouvir novamente Amanda Queiroz Ornela, a mulher acusada de racismo contra um cliente do McDonald's de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

Os investigadores querem que ela apresente o registro profissional de médica, que não foi encontrado pelo Conselho de Medicina (Cremerj), e explique a afirmação de que ela seria mulher de um criminoso – "Casada com milícia! Beijo!", debochou.

Amanda também aparece dizendo, sem nem se preocupar com a filmagem, que "odeia preto". Disse ainda que "racismo não dá cadeia" – ao contrário do que diz a lei.

O fato foi registrado com base na nova lei de racismo, que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível.

Entenda a nova lei

O crime de injúria racial é caracterizado quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o de racismo ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral.

Antes da lei, a pena para injúria racial era de reclusão de um a três anos e multa. Com sanção da nova lei, a punição passa a ser prisão de dois a cinco anos. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.

A polícia disse que pretende ainda ouvir mais testemunhas e conseguir outros vídeos.

OAB vê flagrante em crime inafiançável

Para Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as imagens são prova suficiente do crime e Amanda deveria ter sido presa em flagrante e que vai acompanhar para que o crime seja "melhor qualificado".

"Desde janeiro desse ano, a injúria por preconceito, injúria racial, é equiparada ao crime de racismo, ela já está dentro da lei de racismo. Configura um crime inafiançável, imprescritível, e no caso houve uma flagrância. Era flagrante que ela cometeu aquele crime, ela deveria ser presa", afirmou o advogado.


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