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porto velho, terça-feira 22 de julho de 2025
BRASIL: A Polícia Civil vai ouvir novamente Amanda Queiroz Ornela, a mulher acusada de racismo contra um cliente do McDonald's de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
Os investigadores querem que ela apresente o registro profissional de médica, que não foi encontrado pelo Conselho de Medicina (Cremerj), e explique a afirmação de que ela seria mulher de um criminoso – "Casada com milícia! Beijo!", debochou.
Amanda também aparece dizendo, sem nem se preocupar com a filmagem, que "odeia preto". Disse ainda que "racismo não dá cadeia" – ao contrário do que diz a lei.
O fato foi registrado com base na nova lei de racismo, que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível.
O crime de injúria racial é caracterizado quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o de racismo ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral.
Antes da lei, a pena para injúria racial era de reclusão de um a três anos e multa. Com sanção da nova lei, a punição passa a ser prisão de dois a cinco anos. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.
A polícia disse que pretende ainda ouvir mais testemunhas e conseguir outros vídeos.
Para Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as imagens são prova suficiente do crime e Amanda deveria ter sido presa em flagrante e que vai acompanhar para que o crime seja "melhor qualificado".
"Desde janeiro desse ano, a injúria por preconceito, injúria racial, é equiparada ao crime de racismo, ela já está dentro da lei de racismo. Configura um crime inafiançável, imprescritível, e no caso houve uma flagrância. Era flagrante que ela cometeu aquele crime, ela deveria ser presa", afirmou o advogado.