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    porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024

Homem é preso pela PM após mostrar pênis, se masturbar e assediar mulheres dentro de ônibus

Vítima relata que homem chegou a assediar uma menina de três anos de idade


cnn

Publicada em: 28/10/2023 09:45:51 - Atualizado

BRASIL: Um homem foi preso pela Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo após assediar mulheres e se masturbar dentro de um ônibus que ia de Bertioga (SP) a São Sebastião (SP). O caso foi registrado no início da noite de sexta-feira (27), na delegacia de Polícia Civil de Bertioga.

De acordo com o boletim de ocorrência, duas vítimas acionaram o motorista do ônibus, da viação Pássaro Marrom, que conduziu o veículo até uma base da Polícia Militar Rodoviária, em Bertioga, onde pediu ajuda.

Uma das vítimas, a vereadora suplente de São Sebastião e presidente do PSOL no município, Pauleteh Araújo, relatou aos policiais que o homem mudou diversas vezes de assento e que a assediou e importunou. Ela filmou os atos.

O homem chegou a exibir o pênis e se masturbar no ônibus. Araújo comentou ainda que ele importunou outra mulher e chegou a puxar seu cabelo.

A segunda vítima, chamada Pâmela, confirmou que teve o cabelo puxado e também contou ter sido assediada e importunada. Ela afirmou à polícia que o homem mudou de lugar diversas vezes, sentou-se ao lado dela e tocou suas pernas.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, o homem, identificado como Welton da Silva Nunes Oliveira, disse aos policiais que Araújo teria “dado mole” a ele e que ofereceu dinheiro a ela por acreditar que esse era seu “trabalho”.

Ele ressaltou ainda que colocou o pênis para fora e foi ao banheiro do ônibus por acreditar que a mulher o seguiria para “fazer alguma coisa para ele”. No entanto, o homem negou ter abordado Pâmela.

Os policiais rodoviários então prenderam o homem e o encaminharam à Polícia Civil, que decretou a prisão em flagrante.

A CNN entrou em contato com a Pássaro Marrom, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. A reportagem tenta localizar os representantes de Welton Oliveira.

Revolta e denúncia

À CNN, Pauleteh Araújo contou que, ao perceber que se tratava de um assediador, decidiu filmar o homem para garantir que ele não sairia impune da situação.

“Ele começou a me assediar assim que eu entrei no ônibus. Me chamou para sentar ao seu lado. Até pensei que ele me conhecesse, porque sou uma figura pública. Mas logo percebi que se tratava de um assediador”, disse.

“Peguei o celular e comecei a filmar. Ele me chamou para sentar com ele, tentou sentar do meu lado e depois voltou para o lugar dele, tirou o pênis para fora e começou a se masturbar”, acrescentou.

De acordo com ela, Welton chegou a oferecer 100 reais para manter relações sexuais e pontuou que “ia ser o dinheiro mais fácil que ela já ganhou”.

Segundo Araújo, uma mulher que estava perto dela relatou que o homem passou a assediar ela e outras mulheres desde que entrou no veículo.

A política conta ainda que havia muitas pessoas no ônibus, mas ninguém se manifestou ou agiu para repreender ou impedir o homem. Para ela, o homem não apresentava sinais de embriaguez ou uso de drogas.

Araújo decidiu tomar uma atitude quando percebeu que Welton assediava uma mulher acompanhada de duas crianças, um menino e uma menina de três anos de idade, que também teria sido abordada pelo indivíduo.

“Fui até o motorista e expliquei para ele o que estava acontecendo. Ele foi muito calmo e disse que ia parar na primeira base de polícia que passasse na rodoviária e fez isso”, observou.

Araújo também contou que ela e os demais passageiros ficaram cerca de duas horas na base da Polícia Rodoviária, até que o homem fosse preso.

Importância da denúncia

A política, que também atua como assessora da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), disse ainda à reportagem achar importante que as mulheres que sofram esse tipo de violência não deixem de denunciar seus agressores.

“Acho importante dizer para mulheres que sofrem assédio para não se calarem, para gravarem e coletarem o máximo de provas possível, para garantir que esses agressores não saiam impunes”, alertou.

“Eu, como uma pessoa dedicada à política, uma mulher trans e uma figura pública, me sinto na responsabilidade de fazer algo a respeito. Não posso presenciar isso e me calar, eu precisei fazer algo a respeito”, concluiu.



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