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PF e MPRJ tentam prender Zinho considerado o maior miliciano do país na Operação Dinastia, cinco são presos

Desta vez, força-tarefa mira o núcleo financeiro da organização criminosa.


G1

Publicada em: 19/12/2023 10:00:30 - Atualizado


BRASIL: A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) tentam — mais uma vez — prender Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do estado. Ele e 11 comparsas são alvo de mandados de prisão na Operação Dinastia 2, deflagrada nesta terça-feira (19). Até a última atualização desta reportagem, 5 pessoas haviam sido presas, e Zinho era procurado.

Na primeira etapa — da qual Zinho ainda é considerado foragido —, em agosto do ano passado, 8 pessoas foram presas.

Segundo a PF, o foco nesta 2ª fase é desmantelar o núcleo financeiro do grupo paramilitar. Os mandados desta terça foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do RJ.

O Grupo de Investigações Sensíveis (Gise/PF), a Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) afirmam terem identificado “toda a estrutura de imposição de taxas ilegais a grandes empresas e a pequenos comerciantes locais” e as contas correntes onde eram depositadas.

“Durante as investigações foi possível identificar e individualizar os personagens que compõem toda a cadeia de ocultação dos valores provenientes da arrecadação espúria por parte dos paramilitares”, disse a PF.

Presos:

  1. Alessandro Calderaro, o Noque
  2. Delson Xavier de Oliveira
  3. Jaaziel de Paula Ferreira
  4. Renato de Paula da Silva
  5. William Pereira de Souza

Operação Batismo

Da Operação Dinastia também derivou a Operação Batismo, deflagrada nesta segunda (18), quando a deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), foi afastada por suspeita de favorecer a milícia de Zinho. Segundo o MPRJ, essa operação buscou atacar o núcleo político do grupo paramilitar.

Ninguém foi preso, mas a força-tarefa encontrou 2 pistolas calibre 22 e R$ 148 mil na casa de deputada. Os agentes também apreenderam pen-drives, notebooks e documentos em seu gabinete na Alerj. Lucinha foi ouvida e liberada pelos policiais — pela lei, parlamentares só podem ser presos por crime em flagrante e inafiançável.

Segundo as investigações, Lucinha é considerada o braço político da milícia de Zinho, que atua na região de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense. De acordo com a força-tarefa, Lucinha é chamada de “madrinha” pelos paramilitares.

Os investigadores levantaram pelo menos 5 pontos em que a deputada supostamente se valeu do seu cargo para atender aos interesses do Bonde do Zinho:

  • suspeita de interferência na segurança pública do Rio para a soltura de milicianos presos em flagrante;
  • tentativa de mudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho;
  • vazamento de informações sobre operações policiais para captura de milicianos;
  • suspeita de atuação política para favorecer o transporte público de vans sob comando da milícia, na Zona Oeste.

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