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    porto velho, domingo 20 de outubro de 2024

“Ela é psicopata”, diz mãe de mulher executada sobre mandante do crime que vitimou sua filha

Janeide da Silva foi presa por suspeita de ser mandante da morte da ex. Investigada tinha histórico de violência contra vítima, segundo mãe


metropoles

Publicada em: 21/12/2023 15:33:16 - Atualizado


BRASIL: O relacionamento entre Jennifer Caroline Gomes, 33 anos, executada em 14 de outubro de 2021, e Janeide da Silva (foto em destaque), 44, presa nesta quarta-feira (20/12) suspeita de ser mandante do assassinato da ex-companheira, era marcado por ameaças e agressões, que deixavam apreensivos, inclusive, a família e os amigos da vítima. O “assassino de aluguel” ainda é procurado.

Mãe de Jennifer Caroline, a cozinheira Juscilene Gomes, 52, conta que a filha era aterrorizada pela ex e se mantinha no relacionamento por medo.

Antes de ser morta, a vítima estudava para ser técnica em enfermagem. Ela e Janeide tiveram um relacionamento de 2010 a 2021, entre términos e reconciliações conturbados, segundo Juscilene.

A investigada tinha hábito de ameaçar as duas filhas de Jennifer Caroline, a mãe da vítima e eventuais novas namoradas da ex. “Ela é psicopata. Essa mulher é uma maluca”, afirmou a cozinheira.

Além disso, todas as vezes em que a estudante tentava terminar o relacionamento, a então companheira da vítima tentava impedi-la, por meio de ameaças e agressões. Nos períodos de términos temporários, quando Jennifer Caroline conhecia alguém novo, a pessoa era ameaçada de morte pela investigada.

Ameaças

Uma das companheiras da vítima chegou a ser perseguida por um indivíduo com uma faca e, posteriormente, decidiu mudar de cidade. “Ela [Janeide] gritava, dizendo que abriria a barriga da mulher de uma ponta a outra. A Jennifer prometeu que voltaria para a ex se ela não matasse a [nova] namorada, que foi para longe do Distrito Federal depois disso”, detalhou Juscilene.

Qualquer um que se manifestasse contrariamente à relação das duas e aconselhasse Jennifer Caroline a terminar sofria algum tipo de violência da suspeita mandante do assassinato. Janeide era considerada obcecada pela ex e dizia que casaria com a estudante a qualquer custo. Inclusive, tentava convencê-la a fazer uma inseminação artificial para que as duas tivessem um filho, segundo a mãe da vítima.

“Ela mandou mensagens para uma das minhas netas, disse que a menina nunca mais veria a mãe. Também dizia para a Jennifer que tiraria dela o que ela mais ama — nesse caso, seria eu”, contou Juscilene. A cozinheira acrescentou que, certa vez, a investigada partiu para cima dela, com intenção de agredi-la, mas a estudante ficou entre as duas e impediu a violência.

Quando Jennifer Carolina foi assassinada, o casal estava separado haviam alguns meses, o que teria motivado o crime, segundo a polícia. A vítima estaria em um relacionamento com uma nova parceira, que também foi ameaçada e, por medo, “sumiu do mapa”.

Assassinato

A execução ocorreu por volta das 6h, no Setor Leste do Gama, depois de a vítima sair de casa para trabalhar. A PCDF apurou que Janeide conhecia a rotina de Jennifer Caroline e teria sabido que a ex havia começado a se relacionar com outra mulher.

Na data do crime, Janeide e o assassino — ainda não identificado — aguardaram em uma esquina até que a vítima aparecesse. Em seguida, a suspeita deu sinal para o executor simular um assalto e matar Jennifer Caroline. Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram que ela chegou a se ajoelhar pouco antes de ser morta.

Depois de levar o tiro, a vítima foi socorrida e hospitalizada. Jennifer Caroline ficou internada em coma por dois meses, mas não resistiu e morreu em 23 de dezembro de 2021.

Assista:

Áudio com ameaças

Antes de ter mandado executar a vítima, segundo a polícia, a investigada costumava ameaçar qualquer pessoa que se aproximasse de Jennifer Caroline.

Em um áudio ao qual a reportagem também teve acesso, Janeide disse que comprou um “brinquedinho” — uma arma, segundo a PCDF — para usar com a ex.

“O que é seu está guardado. Eu comprei um brinquedinho que tem um buraquinho, mas ele vai fazer dois em você”, afirmou a suspeita na gravação.

As ameaças contra a vítima e contra quem se aproximasse dela eram intensas, segundo a polícia. Em depoimento, testemunhas ainda descreveram Janeide com características como “perfil de psicopatia” e “ciúme possessivo”. Algumas delas só colaboraram com a investigação após a prisão da suspeita, por medo do que a investigada poderia fazer; outra chegou a mudar de cidade.

Durante as investigações, a Polícia Civil verificou que a suspeita tentava atrapalhar as apurações, apagar provas, apresentar álibis e fazer movimentações na tentativa de não ser localizada.

Com o mandado de prisão, Janeide ficará presa, inicialmente, até o fim do trabalho policial. Quem tiver informações sobre a identidade do assassino pode entrar em contato anonimamente com a PCDF, pelo telefone 197.


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