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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
BRASIL: O relacionamento entre Jennifer Caroline Gomes, 33 anos, executada em 14 de outubro de 2021, e Janeide da Silva (foto em destaque), 44, presa nesta quarta-feira (20/12) suspeita de ser mandante do assassinato da ex-companheira, era marcado por ameaças e agressões, que deixavam apreensivos, inclusive, a família e os amigos da vítima. O “assassino de aluguel” ainda é procurado.
Mãe de Jennifer Caroline, a cozinheira Juscilene Gomes, 52, conta que a filha era aterrorizada pela ex e se mantinha no relacionamento por medo.
Antes de ser morta, a vítima estudava para ser técnica em enfermagem. Ela e Janeide tiveram um relacionamento de 2010 a 2021, entre términos e reconciliações conturbados, segundo Juscilene.
A investigada tinha hábito de ameaçar as duas filhas de Jennifer Caroline, a mãe da vítima e eventuais novas namoradas da ex. “Ela é psicopata. Essa mulher é uma maluca”, afirmou a cozinheira.
Além disso, todas as vezes em que a estudante tentava terminar o relacionamento, a então companheira da vítima tentava impedi-la, por meio de ameaças e agressões. Nos períodos de términos temporários, quando Jennifer Caroline conhecia alguém novo, a pessoa era ameaçada de morte pela investigada.
Uma das companheiras da vítima chegou a ser perseguida por um indivíduo com uma faca e, posteriormente, decidiu mudar de cidade. “Ela [Janeide] gritava, dizendo que abriria a barriga da mulher de uma ponta a outra. A Jennifer prometeu que voltaria para a ex se ela não matasse a [nova] namorada, que foi para longe do Distrito Federal depois disso”, detalhou Juscilene.
Qualquer um que se manifestasse contrariamente à relação das duas e aconselhasse Jennifer Caroline a terminar sofria algum tipo de violência da suspeita mandante do assassinato. Janeide era considerada obcecada pela ex e dizia que casaria com a estudante a qualquer custo. Inclusive, tentava convencê-la a fazer uma inseminação artificial para que as duas tivessem um filho, segundo a mãe da vítima.
“Ela mandou mensagens para uma das minhas netas, disse que a menina nunca mais veria a mãe. Também dizia para a Jennifer que tiraria dela o que ela mais ama — nesse caso, seria eu”, contou Juscilene. A cozinheira acrescentou que, certa vez, a investigada partiu para cima dela, com intenção de agredi-la, mas a estudante ficou entre as duas e impediu a violência.
Quando Jennifer Carolina foi assassinada, o casal estava separado haviam alguns meses, o que teria motivado o crime, segundo a polícia. A vítima estaria em um relacionamento com uma nova parceira, que também foi ameaçada e, por medo, “sumiu do mapa”.
A execução ocorreu por volta das 6h, no Setor Leste do Gama, depois de a vítima sair de casa para trabalhar. A PCDF apurou que Janeide conhecia a rotina de Jennifer Caroline e teria sabido que a ex havia começado a se relacionar com outra mulher.
Na data do crime, Janeide e o assassino — ainda não identificado — aguardaram em uma esquina até que a vítima aparecesse. Em seguida, a suspeita deu sinal para o executor simular um assalto e matar Jennifer Caroline. Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram que ela chegou a se ajoelhar pouco antes de ser morta.
Depois de levar o tiro, a vítima foi socorrida e hospitalizada. Jennifer Caroline ficou internada em coma por dois meses, mas não resistiu e morreu em 23 de dezembro de 2021.
Assista:
Antes de ter mandado executar a vítima, segundo a polícia, a investigada costumava ameaçar qualquer pessoa que se aproximasse de Jennifer Caroline.
Em um áudio ao qual a reportagem também teve acesso, Janeide disse que comprou um “brinquedinho” — uma arma, segundo a PCDF — para usar com a ex.
“O que é seu está guardado. Eu comprei um brinquedinho que tem um buraquinho, mas ele vai fazer dois em você”, afirmou a suspeita na gravação.
As ameaças contra a vítima e contra quem se aproximasse dela eram intensas, segundo a polícia. Em depoimento, testemunhas ainda descreveram Janeide com características como “perfil de psicopatia” e “ciúme possessivo”. Algumas delas só colaboraram com a investigação após a prisão da suspeita, por medo do que a investigada poderia fazer; outra chegou a mudar de cidade.
Durante as investigações, a Polícia Civil verificou que a suspeita tentava atrapalhar as apurações, apagar provas, apresentar álibis e fazer movimentações na tentativa de não ser localizada.Com o mandado de prisão, Janeide ficará presa, inicialmente, até o fim do trabalho policial. Quem tiver informações sobre a identidade do assassino pode entrar em contato anonimamente com a PCDF, pelo telefone 197.