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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
BRASIL: Preso pela Polícia Federal, Diego Nicolás Marset Alba é considerado um dos principais narcotraficantes do Uruguai e, segundo as autoridades daquele país, faz parte do grupo “Primer Cartel Uruguayo”.
A prisão aconteceu em um condomínio de luxo de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, na tarde desta quarta-feira (26). Na mansão de Marset Alba, a PF apreendeu R$ 21.152,00, 195 dólares e 10 bolívares.
De acordo com a PF, em um trabalho conjunto com as polícias dos demais países da América do Sul, Diego é irmão de Sebastián Marset, o homem mais procurado pela Justiça do Uruguai por tráfico internacional de drogas.
O Primer Cartel Uruguayo é apontado pelas autoridades paraguaias e uruguaias como o grupo parceiro do “Clã Insfrán”, identificado como responsável pela morte do promotor anti-máfia Marcelo Pecci, assassinado na Colômbia no ano passado.
A morte do promotor aconteceu após a operação “A Ultranza Py”, que foi considerada a maior do país no combate ao crime organizado, com mais de 30 prisões, 100 mandados de buscas e apreensão de cerca de R$ 500 milhões.
Diego passou a ser foragido da Justiça paraguaia desde então, com prisão preventiva em aberto por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a investigação, o suspeito atuava como intermediário do irmão em viagens frequentes da Bolívia ao Paraguai, com o objetivo de garantir as transações ilegais e os pagamentos necessários a organizações criminosas fornecedoras de drogas. E com viagens à Europa.
As investigações que culminaram no mandado de prisão identificaram Diego Marset como “peça-chave” no envio de entorpecentes da América do Sul para a Europa e braço importante do Primer Cartel Uruguayo. O irmão dele, Sebastián, apontado como líder, continua foragido.
A prisão foi feita pela Diretoria de Cooperação Internacional da PF do Brasil, que recebeu informações da Interpol e fez o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou as buscas. Diego estava no Brasil para acompanhar o nascimento do filho com a esposa, que é boliviana.
“Esse é um trabalho conjunto de todos os países da região e demonstra mais uma vez que a regionalização da luta contra o narcotráfico é possível e rende furtos”, declarou Carlos Eduardo Castillo Del Carpio, ministro do Interior do Governo da Bolívia. O preso também é investigado no país boliviano.
À uma rádio paraguaia, o advogado de Diego, Santiago Moratorio, disse que a prisão do cliente é “injusta e absurda”. “O único que têm é que o irmão dele lhe comprou um carro”, disse. E completou que o jovem de 22 anos apenas se dedica aos estudos e trabalha, mas não sabe com o quê. A CNN tenta contato com o defensor.