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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL: Barrar a entrada das drogas K, conhecidas como “drogas zumbi” se tornou um desafio para a Segurança Pública em Minas Gerais. A avaliação é feita por especialistas ouvidos pela reportagem. Ao menos 13 detentos teriam morrido dentro de presídios mineiros de overdose possivelmente causada pelos entorpecentes.
As características das drogas da família K, que são sintéticas, estariam dificultando a identificação delas durante a revista nas penitenciárias, conforme explica o presidente do Sindppen-MG (Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais), Luiz Gelada. Ele explica que, por ter forma líquida, a droga costuma ser borrifada em pedaços de papel para burlar a vigilância.
“Os nossos cães farejadores não conseguem identificar, porque não tem cheiro e é incolor. Algumas apreensões foram feitas, mas em relação ao que entra [nos presídios], é inútil”, avalia. “Não chega nem a um terço do que deveria ser apreendido”, problematiza.
Segundo o professor de toxicologia, Pablo Marinho, a droga causa efeitos graves, chegando a resultar em alterações mentais graves no usuário, como psicose, paranóia, delírios e alucinações. A substância é colocada em um papel e trazida para os presídios escondida no corpo de pessoas que visitam os detentos.
Segundo o professor de toxicologia, Pablo Marinho, a droga causa efeitos graves, chegando a resultar em alterações mentais graves no usuário, como psicose, paranoia delírios e alucinações. A substância é colocada em um papel e trazida para os presídios escondido no corpo de pessoas que visitam os detentos.
“São centenas de substâncias produzidas em laboratório, que agem nos mesmos receptores do princípio ativo da maconha, mas com efeito muito mais forte e mais intenso”.
O especialista ainda detalha as consequências após o uso do entorpecente. “O indivíduo pode apresentar quadros de ansiedade, agitação, aumento da agressividade, problemas cardíacos, arritmias, convulsões, podendo chegar ao óbito”, completa.
O vice-presidente do Sindppen-MG, Jefferson Marcelo, ainda disse que as unidades prisionais estão superlotadas, o que dificulta o controle e revista dos visitantes. Além disso, ele ainda afirma que a falta de scanners corporais e equipamentos de segurança facilitam o tráfico de drogas nos presídios.
Em nota, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) informou que as revistas são feitas de forma rotineira em visitantes e nas celas para coibir a entrada e permanência de materiais ilícitos nas unidades prisionais. Os óbitos de seis detentos foram confirmados e as causas da morte pela substância “K” ainda está em investigação.