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    porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024

Comerciantes dobram preços de produtos após tragédia e água é vendida a R$ 60: "Exploração"

Catástrofe climática provocou desabastecimento em diversas partes do Estado, que lida com bloqueios em rodovia e dificuldades na assistência


terra

Publicada em: 08/05/2024 10:42:43 - Atualizado


BRASIL: A pior catástrofe climática da história recente do Rio Grande do Sul afeta, até o momento, mais de 1,4 milhão de habitantes. O aspecto humanitário da crise se torna mais dramático à medida que a falta de recursos básicos se evidencia.

No último boletim emitido pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, às 18h desta terça-feira, 7, as autoridades gaúchas davam conta de que pelo menos 450 mil pontos do Estados estavam sem energia elétrica, e 606 mil habitantes, sem água. Há, também, 90 trechos bloqueados, total ou parcialmente, em 40 rodovias.

Na realidade, por trás desses números, estão milhares de gaúchos vítimas da insegurança proporcionada pelo desabastecimento de produtos básicos. Por outro lado, a baixa oferta possibilita a prática de preços abusivos em artigos já considerados de 'luxo', como garrafas de água e produtos de higiene.

O porto-alegrense Luciano Quadros, de 29 anos, mora no bairro Mário Quintana, na zona norte da capital gaúcha. Ao Terra, ele conta que, por sorte, a área em que vive não foi diretamente afetada pelas enchetes que atingiram o entorno do Guaíba, mas que o desabastecimento aumenta 'drasticamente' na região.

"Cada hora que passa, um novo produto fica sem estoque nos mercados. Começou por água, obviamente, e agora produtos de higiene básica e vários alimentos já estão em falta também", contou o gaúcho à reportagem, enquanto se preparava para ajudar um amigo em uma área inundada da cidade.

Luciano trabalha em um mercado próximo à sua casa e diz que ouve, todos os dias de clientes, que o principal temor é a falta de água potável na região. "Algumas partes estão sem água desde sábado. O pessoal está desesperado, temendo não ter água potável para beber".

O gaúcho denuncia, ainda, que comércios têm praticado preços exorbitantes na venda de produtos básicos. "Água de 20 litros, que tem valor médio normal de R$ 12, alguns comércios que ainda tinham em estoque estavam vendendo a R$ 50, R$ 60."

"Lenço umedecido, que tem valor médio de R$ 8,99, comércios estão vendendo a R$ 15,99", relata o morador. Outros produtos, que também tiveram preços dobrados no varejo, também estão praticamente esgotados, como pratos, copos e talheres descartáveis, conta Luciano.

O Terra questionou o governo do Rio Grande do Sul sobre as ações de atendimento ao desabastecimento e o Procon sobre a prática de preços em meio à catástrofe, mas não obteve retorno. O espaço continua aberto.



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