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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL: Investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre uma rede de agiotas ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) que movimentou R$ 20 milhões em um ano revela que o grupo fazia ameaças a devedores para receber pagamentos com juros de até 300% e multa de R$ 1 mil por dia de atraso. O esquema também envolvia sequestro de bens de devedores e corrupção de policiais.
O MPSP obteve mensagens de WhatsApp em que os alvos relatam o caso de um devedor que estava “tremendo de nervoso” ao ser cobrado e o de outra mulher que estaria resistindo ao pagamento. “Você não vai cancelar o CPF dela?”, questiona Daniel Carvalho Santana, braço direito de Edson Carlos do Nascimento, o Kaká (foto em destaque), apontado como líder do esquema de agiotagem do PCC.
Consta na investigação um caso, registrado em março de 2023, em que dois dos investigados invadiram o apartamento de um homem que havia recolhido empréstimo de R$ 24 mil e ainda devia R$ 10 mil. “Estou armado com uma 380 e já tenho passagem”, um deles teria ameaçado. Segundo a Promotoria, a dupla saiu do local levando a chave do veículo da vítima.
Seis meses depois, o grupo cobrou um dono de mercado. “Ele tem 500 conto aqui, e R$ 1.000 ele consegue na segunda-feira, mano. O cara tá enrolando, já vendeu o mercado aqui, não tem mais nada”, diz um cobrador. Ao que Daniel responde: “Manda ele se virar, ué”. A conversa termina com o aviso de que um caminhão estava a caminho do estabelecimento para “recolher as coisas”.