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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
BRASIL: O bloqueio do X no Brasil — determinado na sexta-feira (30) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e ratificado pela 1ª Turma da Corte nesta segunda-feira (2) — reduziu as postagens em português ou produzidas no Brasil a um terço da média diária.
A decisão do STF não eliminou por completo a atividade de brasileiros na rede pertencente ao bilionário Elon Musk.
NO domingo, com a conclusão das notificações feitas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a provedores no país, a Arquimedes captou 4.124.912 postagens em português ou produzidas a partir do Brasil, metodologia adotada pela consultoria para acompanhar os assuntos mais debatidos no antigo Twitter.
A média aos domingos, segundo histórico da empresa, é de 12.391.820 postagens. Ou seja apesar de um queda nas postagens o aplicativo continua sendo usado ativamente pelos brasileiros.
De acordo com Pedro Bruzzi, sócio da Arquimedes e expert em monitoramento de redes sociais abertas, o X é uma rede com atividade mais intensa em dias úteis, mas os domingos tendem a intensa atividade de brasileiros por causa de eventos esportivos, como partidas de futebol.
“Detectamos que, nestas primeiras 24 horas com a decisão em vigor e notificações dos provedores concluída, houve uma redução para um terço da média. Tanto podem ser postagens de brasileiros no exterior – muitos usuários ativos e com forte atuação política no X moram foram do país – quanto de pessoas que ainda conseguem ter acesso à plataforma, não necessariamente desrespeitando a decisão judicial”, explicou Bruzzi.
Embora o antigo Twitter tenha presença significativa de conteúdo político, inclusive que servem de base para reportagens, análise comportamental e pesquisas acadêmicas, Bruzzi lembra que a rede social também é palco escolhido para discussões sobre esportes e entretenimento.
Tanto que os picos já registrados pela Arquimedes em quase dez anos de monitoramento da rede, entre 25 milhões e 28 milhões de postagens em português ou feitas por brasileiros em um único dia, ocorreram em dias de decisão de reality shows, como o BBB.
O sócio da Arquimedes observa ainda que, apesar dos problemas com a Justiça brasileira e das mudanças ocorridas desde que Musk se tornou proprietário da empresa, o X ainda é das redes sociais com mais dados abertos para pesquisadores monitorarem e estudarem questões como discurso de ódio.
“Bloquear uma plataforma sem que outras sejam cobradas a ter um nível mínimo de transparência e acesso a dados é um problema do ponto de vista da democracia e do debate público.”