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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
A Câmara de Vereadores de Belém aprovou 35 projetos em uma sessão relâmpago de apenas três minutos , entre os quais estava um aumento salarial para os vereadores e o próximo prefeito da cidade. A votação surpreendeu os parlamentares da oposição, que não conseguiram obter informações sobre o valor do reajuste.
Os vereadores de Belém têm um dos salários mais altos do país, recebendo R$ 18,9 mil, enquanto o prefeito atual ganha R$ 25,3 mil. Além de aumentar seus próprios salários, os vereadores também aprovaram o reajuste dos vencimentos do vice-prefeito e dos secretários. Dentre os 35 vereadores, 16 foram reeleitos.
O vereador Fernando Carneiro (PSOL) relatou que, após a votação, ele e outros membros da oposição tentaram obter uma cópia do projeto, mas o presidente da Casa, John Wayne (MDB), saiu apressado, levando consigo o texto sob o braço. A sessão começou com o presidente apenas anunciando os números dos projetos, sem detalhar seus conteúdos.
"A gente saiu correndo atrás do presidente para ele dar uma cópia do projeto e ele saiu correndo com o texto debaixo do braço", conta o vereador Fernando Carneiro (PSOL) referindo-se ao presidente da Casa, John Wayne (MDB).
Como a votação foi simbólica, os vereadores apenas precisavam ficar parados para demonstrar concordância, o que dificultou a percepção da oposição sobre o que estava acontecendo. A ficha caiu apenas após o encerramento da sessão, quando a pauta foi finalmente distribuída, revelando a rápida aprovação.
"Vamos recorrer dessa decisão. Não defendemos privilégios. É um absurdo que os servidores municipais não recebam um salário mínimo como vencimento base, enquanto a próxima legislatura, e membros do poder executivo receberão reajuste salarial. Se não conseguirmos reverter essa situação judicialmente, o prefeito de Belém deve vetar essa medida inaceitável", disse a vereadora Silvia Letícia (PSOL).
Tradicionalmente, o reajuste salarial de vereadores e prefeitos é aplicado de uma legislatura para outra. O atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), que não foi reeleito, terá a responsabilidade de sancionar ou vetar o reajuste. Ele era o único prefeito do PSOL entre as capitais e a sigla não elegeu nenhum candidato no primeiro turno, apostando em Guilherme Boulos em São Paulo para o segundo turno.