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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
BRASIL: O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) chamou nesta quinta-feira (17) o prefeito Ricardo Nunes (MDB) de "covarde" após ele cancelar sua participação no debate UOL/Folha/RedeTV!. Além disso, Boulos revelou um documento sobre a responsabilidade da administração municipal na poda de árvores na capital, problema diretamente relacionado ao apagão desta semana, e prometeu dialogar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) caso seja eleito.
Como não houve debate, Boulos foi sabatinado por jornalistas dos veículos. Em comunicado à imprensa, a Folha de S. Paulo explicou que o candidato do MDB não participaria do encontro para ir a uma reunião com o governador para tratar das "urgências da prefeitura", em meio ao apagão da Enel.
Boulos começou sua entrevista com ataques diretos ao adversário. Ele condenou a ausência de Nunes no debate, dizendo que ele "fugiu". O candidato do PSOL disse, ainda, que o atual prefeito "se esconde na saia do Tarcísio" e é um "fantoche" do governador.
“Ricardo Nunes fugiu. Nesta semana, fugiu das responsabilidades em relação ao apagão. Hoje, foge do debate porque tem medo de debater ideias. […] São Paulo não aceita covarde. O lamentável é se esconder embaixo da saia do Tarcísio. Meu adversário não é o Nunes, o Nunes é um fantoche que representa interesses políticos de um projeto do governador, que ter sua base na capital para usar de trampolim e tentar a Presidência”, afirmou Boulos.
Nos últimos dias, Nunes tentou transferir a responsabilidade do apagão para o governo federal e o presidente Lula. Na entrevista, Boulos rebateu a acusação, e disse que tanto Nunes quanto Tarcísio são os verdadeiros responsáveis pela crise. O candidato do PSOL disse que Nunes é "o pai" do apagão, e a empresa Enel, "a mãe".
"O Tarcísio fala, fala, fala, mas uma das questões que temos que trazer é que a responsabilidade de fiscalização é da Arsesp [Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo], agência reguladora estadual", afirmou, acrescentando que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) "tem que garantir a caducidade, ou seja, a retirada do contrato da Enel".
"A culpa do apagão é do vento, da chuva, do Lula. Dele [Nunes], nada", provocou, cobrando do prefeito a poda das árvores. "Existe a responsabilidade do Ricardo Nunes e existe a responsabilidade da Enel. Essa justificativa de jogar a responsabilidade para o governo federal não cola", disse.