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    porto velho, sexta-feira 18 de outubro de 2024

Esposa e filha do prefeito de João Pessoa são indiciadas pela PF por ligação com facção

Segundo a PF, elas teriam um acordo com membros da facção criminosa Nova Okaida


IG

Publicada em: 17/10/2024 11:47:21 - Atualizado

BRASIL: A Polícia Federal da Paraíba indiciou a mulher e a filha do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), por crime eleitoral, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As acusadas se dizem inocentes.

Segundo a PF, a primeira-dama Lauremília Lucena e a filha Janine Lucena, ex-secretária municipal de saúde, teriam um acordo com membros da facção criminosa Nova Okaida, com quem teriam negociado cargos na prefeitura. Em troca, os criminosos dariam apoio ao grupo do prefeito e restringiriam o acesso de políticos rivais a comunidades.

Outras dez pessoas também foram indiciadas. O prefeito, candidato à reeleição, não está entre elas. No primeiro turno, L ucena teve 49% dos votos . A disputa no segundo turno é contra Marcelo Queiroga (PL).

Investigação da PF

De acordo com a PF, a divisão de tarefas foi “claramente evidenciada”. Durante as investigações, a PF descobriu diálogos entre a primeira-dama, sua filha e intermediários com integrantes da facção.

As conversas tratavam da nomeação de indicados pela facção para cargos públicos. Em troca, se discutia o apoio à reeleição da vereadora Raíssa Lacerda (PSB) e do prefeito. Raíssa também chegou a ser presa.

Segundo apurou a PF, a primeira-dama seria a pessoa responsável por dar cargos e gratificações a pessoas ligadas à facção. Diálogos dela e de sua secretária pessoal revelaram que a facção chegou a pedir mudança de nomeações quando um dos membros era preso.

De acordo com o relatório da investigação, as vantagens são “mútuas e retroalimentadas”. “O crime organizado presta o apoio em troca de indicação para cargo público. Os demais atores são beneficiados pelos votos e pelo controle de território, seja nas eleições proporcionais, seja nas eleições majoritárias”, diz trecho do relatório da PF.


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