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    porto velho, quarta-feira 15 de janeiro de 2025

Polícia encontra nota fiscal de compra de arsênio em nome de suspeita de envenenar família

Deise Moura dos Anjos foi presa no dia 5 de janeiro, suspeita de ser a responsável pelo caso do bolo envenenado que matou 3 pessoas


TERRA

Publicada em: 13/01/2025 16:49:08 - Atualizado

BRASIL: A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encontrou, no celular de Deise Moura dos Anjos, de 39 anos, uma nota fiscal em seu nome, referente a uma compra de arsênio feita pela internet. Uma imagem do documento fiscal foi obtida pela RBS TV, afiliada da Globo no Estado.

A substância é a mesma encontrada nos exames periciais da família que foi envenenada em Torres, na véspera de Natal do ano passado. Em coletiva à imprensa, realizada na última sexta-feira, 10, a polícia afirmou suspeitar que Deise tenha cometido outros homicídios e tentativas de homicídio por envenenamento.

Ao analisar o rastros deixados por Deise na internet, os policiais descobriram pesquisas mais antigas sobre o arsênio.

De acordo com a delegada Sabrina Deffente, a suspeita pesquisou uma receita de veneno que fosse inodora e sem gosto. Usou termos como ‘veneno’, 'veneno para matar humano’ e foi evoluindo. “Ela chega, então, numa composição química que tenta montar”, esclarece.

A pesquisa segue até ela descobrir o arsênio, fato comprovado pela polícia ao verificar as compras feitas por Deise na internet. “A partir dessa combinação de elementos, ela começa a tentar, então, envenenar familiares”, explica.

Isso ocorre, conforme as autoridades, até que ela chega à morte do sogro, em setembro do ano passado, inicialmente tratada como intoxicação alimentar. No entanto, após a morte de três familiares que consumiram o bolo, foi constatada a presença de arsênio também no corpo do pai de seu companheiro, exumado para perícia. Inclusive, Deise tentou evitar a exumação.

“Hoje eu posso dizer com certeza que ela pesquisou, comprou, recebeu e usou o veneno para matar essas vítimas”, afirmou, na ocasião da coletiva, o chefe do Departamento de Polícia do Interior (DPI) da Polícia Civil, Cleber Lima.

Deise foi presa temporariamente no dia 5 de janeiro, sob a acusação de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno, além de tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela teria comprado a substância e colocado na farinha usada pela sogra, de 60 anos, que preparou o bolo.

As três vítimas fatais, que consumiram o bolo, são as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.

Zeli dos Anjos, a mulher que preparou o bolo e sogra de Deise, permanece hospitalizada em estado estável. A criança de 10 anos que também ingeriu o bolo recebeu alta do hospital no último dia 3, conforme informações da Polícia Civil. O marido de Maida também comeu o doce, foi hospitalizado, mas já recebeu alta.

Em nota à emissora, a defesa de Deise Moura dos Anjos afirma que "as declarações divulgadas na coletiva de imprensa ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso, assim a Defesa aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação."


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