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porto velho, quarta-feira 12 de fevereiro de 2025
BRASIL: Moradores de apartamentos do Conjunto Fazenda Grande II, que faz parte do programa de habitação do governo federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em Salvador (BA), relatam esquema de traficantes que controlam quem pode morar nas casas subsidiadas pela Caixa Econômica Federal.
A apuração, feita pelo jornal “Correio 24 horas”, aponta quatro homens — Thiaguinho, “Demenor”, Netinho e Danone — como os responsáveis por comandar o esquema da facção Bonde do Maluco (BDM). Eles atuariam como “corretores do tráfico” e faturam com a expulsão de famílias carentes distribuídas em 29 blocos do conjunto habitacional.
Um ex-morador do conjunto, expulso pelos criminosos, afirma ao jornal que eles são matadores e “só andam com fuzis, para oprimir todo mundo”. Ele também aponta Thiaguinho como o líder do grupo: “Uma ordem dele tem que ser cumprida imediatamente, caso contrário é morte na certa. Por isso que as pessoas têm medo de falar”.
O relato também explica que Thiaguinho ficaria nos prédios do fundo do conjunto habitacional, controlando o esquema. Na frente, ficariam os “olheiros”, que informam caso a polícia ou pessoas desconhecidas se aproximem.
Conforme denúncia do jornal Correio, os beneficiários do MCMV que são obrigados a sair são aqueles que têm parentes ou amigos policiais. Os imóveis desocupados são alugados ou vendidos em sites de compra on-line. Os relatos obtidos pelo portal apontam que o problema acontece há pelo menos oito anos em cinco conjuntos habitacionais de Salvador.
Moradores contam que, além de terem sido expulsos, continuam pagando o subsídio da Caixa — que no contrato afirma ser invendável e transferível — com a esperança de ter o imóvel de volta.