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Pastores são presos com dinheiro em operação contra trabalho análogo e escravidão infantil

Uma adolescente de 13 anos trabalha como doméstica na casa dos suspeitos, segundo as investigações.


g1

Publicada em: 23/07/2021 17:50:21 - Atualizado

Uma família de líderes religiosos foi presa, na manhã desta sexta-feira (23), durante uma operação contra trabalho análogo à escravidão infantil em Maringá, no norte do Paraná.

Os envolvidos fazem parte da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus, que tem sede no bairro Jardim Alvorada.

A família é suspeita de ter explorado o trabalho de ao menos cinco crianças e adolescentes na venda de pizzas produzidas pela igreja.

Segundo a Polícia Civil, um casal e o filho, todos apontados como líderes da igreja, foram alvos de mandados de prisão preventiva. Também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão.

De acordo com a delegada Karen Friedrich, as crianças trabalhavam muitas horas por dia, podendo chegar até o turno da noite, para a venda de pizzas.

"Se as crianças não cumprissem as metas, elas eram agredidas fisicamente e verbalmente. Elas levaram tapas e, também, eles colocavam um temor, dizendo que elas seriam punidas por Deus. Se elas não vendessem, elas seriam castigadas", afirmou.

Conforme a denúncia, as vítimas eram atraídas pela família sob o argumento que o dinheiro das pizzas seria doado para crianças com câncer.

Uma das vítimas, de 13 anos, também foi tirada da família e colocada para trabalhar como doméstica na casa dos suspeitos, segundo a polícia. A adolescente ficou por seis meses na residência.

Pais também foram ameaçados ao contestar os métodos do grupo, segundo as investigações.

A operação foi realizada por 18 policiais, com apoio da Vigilância Sanitária e conselheiros tutelares. Durante a ação, uma arma de fogo, pizzas impróprias para consumo e dinheiro foram apreendidos.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

O G1 tenta contato com a Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus.

A Ordem dos Pastores Evangélicos de Maringá repudiou o caso e afirmou que os envolvidos no caso não fazem parte da organização.


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