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porto velho, segunda-feira 23 de junho de 2025
BRASIL: A viúva e a filha de Durval Teófilo Filho, morto na porta de casa pelo vizinho sargento da Marinha no dia 2 de fevereiro, tiveram que sair da casa da família após sofrerem ameaças. O advogado da família, Luiz Carlos Aguiar, disse que vai registrar as ameaças na delegacia e que vai pedir respostas sobre o crime às Forças Armadas.
O caso deve ser registrado na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que investiga a morte de Durval. Luziane Teófilo prestou depoimento na semana passada e chegou a informar aos policiais sobre as ameaças.
O advogado não especificou as ameaças, mas seriam ameaças veladas. Ela teria ouvido de pessoas que moram no mesmo condomínio que não deveria ir à público lutar por justiça no caso e ajudar nas investigações.
Inicialmente o homicídio de Durval foi tipificado como culposo, quando não há intenção de matar, e depois como doloso, devido a um pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
O autor dos disparos foi o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, que chegou a socorrer a vítima e foi preso em flagrante. À PM, Aurélio disse que chegava em casa quando avistou um homem se aproximando de seu veículo “muito rápido”. O militar afirmou ter atirado três vezes, atingindo a barriga de Durval.
Luziane Teófilo, mulher de Durval, disse que escutou os tiros. Ela afirma ainda que o marido morreu porque era preto.
“A minha filha, que tem 6 anos, estava esperando por ele. Imediatamente ela olhou pela janela e disse que era o pai dela”, narrou.
Aurélio então se aproximou de Durval e viu que ele não estava armado. Ainda segundo o depoimento, Durval chegou a dizer a Aurélio que era morador do mesmo condomínio.
O militar, então, socorreu o vizinho ferido, levando-o ao Hospital Estadual Alberto Torres, onde foi preso. Durval não resistiu e morreu na unidade.
Aos PMs, Aurélio informou que “a localidade é perigosa e costuma ter muitos assaltos”.