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Fazendeiros cobram pedágio de R$ 200 de indígenas em Roraima, aponta investigação

Violações foram identificadas pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima


G1

Publicada em: 03/02/2023 15:32:19 - Atualizado


BRASIL: O Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima (Cedcar) identificou uma série de novas violações de direitos dos indígenas que vivem na Terra Yanomami. O órgão apontou que fazendeiros cobram pedágio de indígenas para passar por suas terras, em Alto Alegre, no Norte do estado e uma vila localizada no município de Iracema, ao Sul, serve de base de apoio para os garimpeiros ilegais.

As violações foram identificadas durante a visita do Conselho com a comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que também apura possíveis violações a direitos do povo Yanomami.

As diligências foram realizadas nos municípios de Alto Alegre, na região Norte do estado, e Mucajaí, Iracema e Caracaraí, ao Sul de Roraima. Está prevista para a tarde desta sexta-feira (3) uma coletiva de imprensa para divulgar tudo que foi apurado no trabalho.

O secretário geral do órgão, Paulo Tadeu, explicou que em Mucajaí a preocupação é com a contaminação dos peixes e dos rios por mercúrio, um dos vários problemas gerados pelo garimpo. Altamente tóxico, o metal é usado pelos garimpeiros para separar o ouro de outros sedimentos e, assim, deixá-lo "limpo".

Conforme os levantamento, a vila da suporte para "todos os garimpeiros em questão de abastecimento, combustível, alimentação e pistas de pouso".

Em Alto Alegre, as investigações identificaram que fazendeiros cobram um pedágio de R$ 200 dos indígenas que precisam cruzar suas terras para chegar até à sede do município. A situação aconteceria quando os Yanomami vão a cidade para receber benefícios do governo federal e precisam comprar alimentos para as comunidades.

"É cobrado R$ 200 por cada comissão, cada comitiva que vem para a cidade comprar mantimentos”, ressalta o secretário.

Além disso, na região do Baixo Rio Branco, em Caracaraí, conselheiros avistaram indígenas armados e ao lado de garimpeiros.



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