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porto velho, segunda-feira 23 de dezembro de 2024
PORTO VELHO (RO) - Desesperadora, assim pode ser definida a carta escrita a próprio punho pelo secretário estadual de cultura e esporte em Rondônia, Júnior Lopes, que está preso por conta dos desdobramentos da operação Dionísio, deflagrada pelo Ministério Público de Rondônia, e que apura possível esquema de corrupção durante a realização das edições 2023 e 2024 da Expovel.
Lopes está com a prisão preventiva decretada e pode ficar até 90 dias na cadeia caso a Justiça negue os pedidos de liberdade impetrados pela sua defesa. Exonerado, Lopes relata o seu sentimento de dor por estar sofrendo o que ele considerou ser uma "injustiça".
Ele ainda garantiu que os motivos que levaram a essa "injustiça" se dão em decorrência do racismo estrutural do país. De acordo com ele, se tornou normal prender pobre, negro e favelado.
"Empurraram os pretos, pobres, trabalhadores na prisão, e todo mundo bate palma, divulga, e vibra sem sequer me ouvir, pois são bons demais para dar ouvido a um preto jogador de futebol que só queria ajudar", escreveu Júnior Lopes.
O secretário exonerado ainda ressaltou o abandono que ele vem sentido por parte dos membros da sua congregação evangélica.
"Estou morrendo aos poucos, cadê as igrejas que ajudei, os filhos que ajudei, as pessoas que eram gratas pela minha vida, se esqueceram de que eu estou aqui sofrendo. Eu ainda sou o Júnior Lopes que vocês disseram que me amavam olhando nos olhos", disse Júnior Lopes.
Confira a carta na íntegra: