PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo advogado e jornalista Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo recebeu nesta sexta-feira (27) o ex-ministro e deputado constituinte Amir Lando, que falou sobre a política nos dias atuais e suas projeções no estado de Rondônia.

Nome que se funde à história política e social do estado de Rondônia, Amir Lando é uma personalidade que vivenciou a luta e a conquista da instalação da democracia no Brasil, condição que ele ostenta com orgulho.

Porém, Amir Lando atenta para os excessos cometidos em nome da democracia, que ele considera que já se perdeu no momento em que passa a ser imposta na base da força.

“Quando a democracia começa a se amparar em aparatos de força, de imposição, de dominação, ela perde a sua essência. O mundo evoluiu porque o pensamento foi livre. Eu acho que o excesso e o crime devem ser combatidos, mas a democracia é conflito que se resolve no diálogo, não é na porrada, não é na força, não é na censura”, falou Amir Lando.

Para Amir Lando, é necessário que o Congresso Nacional debata com seriedade as pautas nacionais, deixando de lado discursos demagógicos e temas que apenas visam distrair a sociedade das verdadeiras questões e problemas da nação.

“A boiada não deve passar; o que deve passar são os caminhos da legalidade, do equilíbrio, do respeito ao outro. É uma visão que se perdeu na política, de que ela deve servir à sociedade e não se servir dela”, disse Amir Lando.

Ele também questionou a motivação dos líderes mundiais em promoverem guerras que colocam em risco a existência da própria humanidade, o que para ele é falta total de noção da realidade.

“O objetivo da guerra é matar, por isso é inconcebível que essas guerras proliferem pelo mundo. Nós temos de viver pacificamente para que a humanidade possa continuar existindo. Vamos parar com essas guerras? Será que não há ninguém com bom senso nessa história?”, indagou Amir Lando.

Sobre a polarização Lula x Bolsonaro, ele afirmou que é necessário um ponto final, e que o Brasil seja discutido pelas suas capacidades e potencialidades, e não em pensamentos que apenas dividem e atrasam o crescimento da nação.

“O caminho é o diálogo, a conversa séria, comprometida. E tem que vir das autoridades de cima para baixo. Tem que parar com isso. Nós somos um só Brasil. Eu acho que nem o atual nem o ex-presidente têm o direito de olhar para trás; eles devem buscar um meio comum para construir um futuro brilhante para o país, porque todos têm algo a contribuir”, argumentou Amir Lando.

Ele finalizou alegando que os governantes vêm perdendo o senso de que a política deve ter como foco principal o serviço aos mais vulneráveis.

“Nós temos hoje um Congresso muito mais comprometido com os mais ricos. Quem precisa mais do apoio governamental são os pobres, as crianças, e elas são as mais vulneráveis. Mas é claro que todas as vertentes precisam do apoio governamental”, finalizou Amir Lando.

Confira A Voz do Povo: