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porto velho, sábado 26 de julho de 2025
PORTO VELHO-RO: O cenário político da bancada de Rondônia no Senado Federal reflete, com intensidade, o racha ideológico que marca a política nacional. Enquanto Marcos Rogério (PL) e Jaime Bagattoli (PL) assumem postura de enfrentamento direto ao Supremo Tribunal Federal, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, o terceiro senador rondoniense, Confúcio Moura (MDB), mantém-se alinhado ao governo Lula, afastando-se do embate travado por seus colegas de bancada.
Rogério e Bagattoli se uniram à ala que quer Moraes fora do STF e formalizaram apoio ao 29º pedido de impeachment contra ele, apresentado ao Senado. A ofensiva segue a estratégia do PL, que intensificou nos últimos dias o discurso contra o ministro, acusado por seus opositores de extrapolar os limites constitucionais.
Em pronunciamento incisivo, Marcos Rogério-PL voltou a cobrar ação do Senado para conter o que considera excessos do Judiciário. “Não é contra o Supremo, mas contra quem sequestrou a Corte para fazer perseguição política disfarçada de técnica jurídica. Só o Senado pode frear esses abusos”, afirmou. Para o parlamentar, a crise institucional no Brasil só será superada com uma nova configuração no Senado após as eleições de 2026, já que, segundo ele, “hoje falta coragem à maioria”.
Jaime BagattolI-PL, em consonância com o discurso de Rogério, também defende que o Senado assuma o protagonismo na defesa das prerrogativas legislativas, sustentando que há clara interferência do Judiciário sobre os demais poderes, com foco especial no que ele considera “ações autoritárias” de Moraes.
Na contramão da dupla, Confúcio Moura-MDB mantém a discrição característica de seu mandato e continua como aliado fiel do Palácio do Planalto, embora sofra desgaste considerável em Rondônia. O emedebista tem evitado se envolver em embates diretos com o STF e segue votando majoritariamente com a base governista, o que evidencia a divisão dentro da representação de Rondônia em temas sensíveis da política nacional.
O movimento de Marcos Rogério e Bagattoli reforça o papel de Rondônia como um dos polos mais atuantes da oposição no Senado. Já Confúcio representa a ala governista, compondo um quadro de contrastes que espelha o embate entre direita e esquerda também no cenário local.