RONDÔNIA - Mais de cem estudantes da Universidade Federal de Rondônia procuraram atendimento médico após apresentarem sinais de intoxicação alimentar na noite de quinta-feira (27), logo depois de consumirem o jantar oferecido pelo Restaurante Universitário (RU). Os relatos incluem diarreia, vômito intenso e quadros de desidratação, conforme informações repassadas por representantes estudantis.

A situação desencadeou uma força-tarefa de atendimento emergencial neste sábado (29), com orientação para que todos os afetados compareçam à Unidade de Saúde do bairro Mato Grosso, onde equipes foram mobilizadas para receber e avaliar as vítimas a partir das 10h.

Na tarde de sexta-feira (28), a Vigilância Sanitária realizou uma vistoria no RU após receber documentos e denúncias encaminhadas por docentes e pela Associação de Docentes da Unir (ADUNIR). Durante a inspeção, o órgão constatou a gravidade dos relatos apresentados pelos alunos e determinou o lacre imediato do restaurante.

A ADUNIR informou que, no início da tarde, a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis (PROCEA) divulgou comunicado reconhecendo os casos suspeitos e orientando estudantes e servidores que jantaram no local a buscar atendimento médico. Horas depois, o texto foi modificado, acrescentando que a própria pró-reitoria havia acionado a Vigilância Sanitária — fato que gerou estranhamento, já que o órgão já tinha sido chamado anteriormente por professores e representantes da associação.

Representantes do Centro Acadêmico de Medicina reforçaram o alerta à comunidade acadêmica e anunciaram a formação de um mutirão de atendimento especializado, com apoio de profissionais da área, da Semusa, do Lacen, do setor de Epidemiologia e da Vigilância Sanitária Municipal. O objetivo é realizar avaliações médicas e coletar amostras que possam ajudar a identificar o agente causador do surto.

Segundo levantamentos iniciais, tanto o Centro Acadêmico de Medicina quanto o Diretório Central dos Estudantes (DCE) tiveram papel fundamental no registro e na organização das informações sobre os casos.

O episódio ocorre semanas após outro problema envolvendo a estrutura da universidade, quando estudantes relataram mal-estar após ingerir água dos bebedouros do campus. Posteriormente, foi constatada a presença de uma carcaça de animal na caixa d’água que abastece o local, gerando nova onda de críticas sobre a gestão dos serviços essenciais.

As investigações sobre o surto no RU seguem em andamento, enquanto os estudantes continuam recebendo suporte médico para avaliação e acompanhamento dos sintomas.