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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
PORTO VELHO-RO: Sim, elas podem ser donas dos seus próprios negócios fazendo parte de um movimento que só cresce no Brasil e que ganhou até data especial, 19 de novembro, quando comemora-se o Dia do Empreendedorismo Feminino. A data foi criada em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para incentivar a abertura de negócios por mulheres, motivando o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável, com atividades realizadas em mais de 150 países.
Mesmo sendo o grupo mais afetado pela pandemia, as empreendedoras do município driblaram a crise com inovação para gerar renda, foi assim com Rosa Maria da Silva, artesã e empreendedora. A bióloga afastada das salas de aula por problemas de saúde descobriu em meio ao distanciamento social uma nova habilidade. Primeiro veio o interesse, depois as capacitações que a ajudaram a produzir, expor e vender. “Eu comecei a me interessar, fazer cursos e eu me descobri na arte e comecei a gostar. Fiz curso de pintura em gesso, depois resina e aí fui me aprimorando com o tempo e criando a minha própria identidade”, contou.
Hoje Rosa expõe as peças produzidas por ela mesma pelo menos duas vezes na semana em feiras coordenadas por ações da Prefeitura de Porto Velho, uma delas é a feira do Conjunto 22 de Dezembro, que faz parte da programação do Giro Empreendedor, programa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo (Semdestur).
“Graças a Deus a Prefeitura abriu essas portas pra gente com esse projeto que nos favorece, assim dá pra gente ganhar o nosso dinheirinho e ter a nossa independência financeira. Hoje eu consigo comprar o material pra fazer o meu trabalho e é uma coisa bem gratificante ter meu próprio dinheiro, comprar minhas coisinhas, ver que estou produzindo e vendendo. Então esse apoio é muito importante porque ele abre oportunidade para outros empreendedores mostrarem o trabalho para as pessoas. Eu sou grata a esse projeto que a prefeitura idealizou, a gente está super feliz”, comemorou a empreendedora, com renda exclusiva do artesanato e sem custos de estrutura ou aluguel para vender os produtos nas feiras.
Um levantamento realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) apontou, em 2022, que cerca de 10 milhões de mulheres empreendem no Brasil. A pesquisa também revelou que a maioria começou um negócio por necessidade. Com a experiência de dois anos e meio no empreendedorismo, Rosa aconselha para que outras mulheres percam o medo.
“Meu conselho é para que deixem o medo de lado, que se joguem, busquem um objetivo, vá em busca daquilo que você deseja, porque sempre tem portas abertas pra quem gosta e pra quem quer empreender. A gente tem que começar, não pode deixar pra depois, não pode deixar pra amanhã. Foi a minha melhor escolha, porque eu faço o meu horário, eu faço o meu trabalho, eu não tenho ninguém pra ficar me cobrando, eu cobro de mim mesma. Eu cobro aquilo que eu estou fazendo, pois eu gosto de me aprimorar naquilo que estou trabalhando”, finalizou Rosa Maria.
Com os resultados positivos do programa Giro Empreendedor, a Semdestur vem buscando cada vez mais fortalecer a programação de feiras. Atualmente 90% dos cadastros do programa correspondem a mulheres empreendedoras, motivo de celebração da responsável pela pasta.
“Temos que parabenizar as mulheres que idealizam e comandam negócios, que são líderes e atuam no avanço na garantia dos direitos femininos para a igualdade entre homens e mulheres. Empreender é um ato de coragem. Embora sejamos 52% da população, ainda ocupamos posição de destaque em apenas 13% das 500 principais empresas brasileiras. Há muitos obstáculos a superar e muitos espaços para ocupar”, reforçou a secretária Glayce Bezerra.