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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
FEMINICÍDIO, A síndrome dos tempos modernos.
Por Arimar Souza de Sá
Ei-lo, o homem do meu tempo.
Nu - não de nudez -
De vergonha.
Ei-lo, o homem do meu tempo.
Autor e ator do
Feminicídio temporal,
Bate, Mata,
Criminaliza a vida Moral e Material das fêmeas.
Ei-lo, o homem do meu tempo.
Vespa,
Víbora,
Besta do apocalipse,
Monstro da selva urbana,
Onde a caça, é a mulher.
ELA, DO TEMPO, FILHA,
Do absurdo que escraviza,
Nas favelas,
Nos guetos,
Nos mangues,
Nas ruas e estradas,
Onde homens armados
De pistola destilam o medo!...
NÓS – assistentes do
INFORTÚNIO,
Quedamo-nos inertes,
E tantas mortes,
E tantas pancadas,
No horror que queima a própria alma...
Sobre o tema dolorido e apaixonante, reza a história: Os sábios diziam: “estamos nos tempos do fim... a vertente é o caos, que já foi o principio e será o fim”.
Nossos avos, aqui neste espaço amazônico, viviam da caça... Matando, sobreviviam: antas, cotias, caititus, veados, pacas, tatus, morriam no imo das matas e sem cruzes. Suas almas, creiam, vagueiam, ainda, no estampido do terror.
Pensando com o economês, a questão versa no âmbito das desigualdades sociais, onde a brutalidade da escassez sacia-se com sangue das mulheres, que são a parte mais frágil do sistema, porque procriam, porque são pobres e nas latrinas em que algumas vivem, submetem-se aos homens violentos do sistema, que as usam como mercadorias, e sem preço, são descartadas e mortas como os animais nas selvas, isto quando não fazem as filas dos acidentes cometidos pelas doenças transmissíveis, como a AIDS, a SÍFILIS, as HERPES, o HPV etc...
Olhando pelo ângulo religioso, as nossas mulheres vivem em “nimbos”, onde não existe a Pátria, nem Deus. Por isso, apanham, morrem, nos dias-a-dias cruéis dos antros de pobreza. E o pior, algumas sem saída, se prostituem com o passar dos tempos, servindo de carniça aos abutres urbanos.
Pela ótica do Estado, as fragilidades das políticas educacionais e de proteção à família, respaldam a violência.
Pelo prisma da falta de grandeza e do ciúme e da “maxeza”, com “X”, mulher tem que ficar é debaixo da sola do sapato de seu macho.
Assim, em Rondônia, a banalização da vida ante os problemas sociais pela falta de um adequado controle do planejamento familiar, refletem o alto índice de feminicídio. E isso assusta. Sinceramente, até os policiais devem andar atormentados.
Para onde vamos? Provavelmente para um genocídio das mulheres. Já foi assim na Grécia Antiga. É assim na história dos povos. Mulheres sempre foram sacrificadas e em Marrocos elas ainda hoje são vendidas nas feiras. Cruz Credo!...
E a repressão do Estado? Temos aí a lei Maria da Penha que não se revela, porque atrás dela está a lei de sobrevivência, na dependência. E entenda, ainda hoje, um prato de comida submete pobres mulheres aos cárceres das violências dos homens. E morrem e morrerão.
Afinal de contas, as cadeias estão cheias e o pior, sem resolução aparente para a barbárie que recrudesce a cada dia...
EI-LO HOMEM DO MEU TEMPO,
Lobo da selva de pedras das cidades.
AMÉM!