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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
O Pênalti e a Vida
Por Arimar Souza de Sá
A vida é mais ou menos como a cobrança de um Pênalti, ou se acerta ou erra. Por isso, essa aflição constante dos vivos.
No imbróglio, a professora não vigilante, a destemperança juvenil, o recreio, a turminha, o tititi abissal para o ingresso, isto é, o vestibular hoje sem porteira, cuja a entrada é fácil, mas a “saída”, um vendaval de tormentas. É o menino na marca da cal!
No jogo da vida, a partida em andamento. A bola está ali, redonda a 11 metros do arco, o goleiro, a torcida na arquibancada. Em paz com a sorte, o chute, o gol... Segue o andor. São vários ainda os pênaltis da vida.
Ultrapassadas as tentações, banimo-las, seguimos viagem, aformoseamo-nos e eis que surge a guerra dos hormônios e jaz... Já é tempo de procriar e às pressas, na prova deliciosa do prazer, deixamos o colo de nossos pais e ingressamos inexoravelmente no colo da vida... E aí, ou continuamos a bater o pênalti com perfeição ou sucumbimos no dia-a-dia na busca do pão! Às vezes, na hora da aflição, pensamos em Deus e rezamos agoniados: “Pai nosso que estais no céu”... Passada a tormenta, esquecemos-nos dele e de tudo... Vida que segue...
Já, na luta, muitas vezes, sem equipamentos adequados, mergulhamos nos mares da incerteza vitimados pelas atrocidades que emanam da guerra entre o capital e o trabalho, na qual poucos sufragam a riqueza e a massa pobre, no zero, é marxista... E não há bolas nem pênaltis.
Há vezes em que os problemas se avolumam tanto que cansam e torram a mente de tal maneira que deixamos de pensar... Agimos como um bólido. Os nossos olhos, nossas pernas já não são os mesmos, viramos arquétipo de morfologia do vento.
Já não temos tempo para pensar nem cobrar bem os pênaltis. Como na metamorfose em que nos situamos nos tempos modernos, criamos um novo ser... Assim, é possível compreender porque assaltamos, estupramos, roubamos, com outras mãos com outro pensamento.
Nosso espaço conturbado transforma-se em tragédia como nos filmes de horror, onde não há mais tempo e espaço para contabilizar os erros e acertos nos pênaltis da vida.se formos operosos e ascendemos à nossa trava, veremos que ela é a mesma do romanceiro das tragédias. É que para segurar o mastro no topo precisamos de uma eterna energia... é quando criamos novas esferas de conflitos na luta para manter a sorte que nos levou ao apogeu.
É assim... O vai-e-vem continuo, em que dormindo ou acordado, nos sonhos ou na real, estamos sempre na marca do pênalti.
E assim caminha a humanidade!