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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
BRASIL: A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas saltou 43,5% para 44,2% na comparação entre os meses de fevereiro e janeiro de 2023 – um aumento de 0,7 ponto percentual.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Banco Central.
Esse é o maior patamar desde agosto de 2017, quando a taxa média alcançou 45,6% ao ano. Ou seja, trata-se do maior índice em cerca de cinco anos e meio. A série histórica do BC tem início em março de 2011.
O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O comportamento das taxas de juros, e dos empréstimos dos bancos, acontece um um momento de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.
O volume total do crédito bancário no mercado, segundo o Banco Central, recuou 0,1%, para R$ 5,31 trilhões em fevereiro. Em janeiro deste ano, somava R$ 5,32 trilhões.
"O volume de crédito para o segmento empresarial diminuiu 0,7% no mês, para R$2,1 trilhões, enquanto para o segmento de pessoas físicas houve incremento mensal de 0,4%, somando R$3,2 trilhões", informou o BC.
Para as pessoas físicas, houve destaque para o cartão de crédito rotativo, para crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público e para aposentados e pensionistas do INSS. Essas modalidades apresentaram crescimentos de 4,6%, 1% e 1,1%, respectivamente.
Segundo o BC, também houve recuo de 2,2% nas novas concessões de empréstimos no mês passado, período em que somaram R$ 499,9 bilhões. Em janeiro, haviam totalizado R$511,2 bilhões.
O cálculo foi feito após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes).
Nesta terça-feira (28), o diretor de Política Monetária do BC, Diogo Guillen, afirmou que desaceleração do crédito é esperada com a subida dos juros. Segundo ele, isso "faz parte do processo de condução da política monetária [elevação da Selic para conter a inflação] ao longo desse ano".
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem informado que a área econômica do governo, em conjunto com o Banco Central, está concluindo medidas para melhorar o ambiente do crédito na economia. A expectativa é que as propostas sejam anunciadas em abril.
Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%.
Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu de 3,2%, em janeiro, para 3,3% em fevereiro deste ano. É a maior desde fevereiro de 2018 (3,4%)